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domingo, 11 de fevereiro de 2018

ANTÔNIO ADOLFO – TROPICAL INFINITO (AAM Music)



O pianista, compositor, arranjador e antigo educador, Antônio Adolfo, tem mais de 25 álbuns como líder, apresentando a melhor da bossa nova e samba com balanço estilizado e empregando uma variedade de seções rítmicas em seu acompanhamento. “Tropical Infinito” é uma homenagem musical de estilos do pianista, explorando o jazz do início dos anos 60, que influenciou uma geração inteira de artistas brasileiros de bossa como ele mesmo. Embora, para acompanhá-lo, Adolfo tenha alterado sua seção rítmica, cuja abordagem exigiu a expansão do formato usual, incluiu uma seção de sopros típicas das bandas daquela era. 

Com a exceção do guitarrista Leonardo Amuedo originário de Montevidéo, Uruguai, o time musical de Adolfo tem personalidades elogiáveis do topo dos instrumentistas brasileiros, incluindo seu antigo colaborador e percussionista André Siqueira, o baterista carioca Rafael Barata, o violonista residente na Flórida, Claudio Spiewak (aparecendo como convidado especial) e o baixista Jorge Helder, todos formando essencialmente a mesma seção rítmica da banda que aparece em diversas gravações anteriores de Adolfo.

Providenciando o novo traço para um repertório selecionado, com toque brasileiro, que inclui quatro inéditas e cinco clássicos standards, são uma propulsiva seção de sopros realçando as poderosas vozes do trompetista Jessé Sadoc, do trombonista Serginho Trombone e do extraordinário saxofonista Marcelo Martins para um novo som em octeto. A icônica "Killer Joe" de Benny Golson e a hard-bop, "Whisper Not", iniciam a música com um decididamente samba brasileiro talentosa e refinadamente transformados pelos criativos arranjos de Adolfo. 

O líder inclui uma pungente oferta para sua mãe na doce e delicada "Yolanda, Yolanda", apresentando uma calorosa melodia, ternos ataques nas teclas por parte do pianista e solos espirituosos pelos instrumentistas dos sopros, uma das faixas destaques do trabalho. O clássico de Oliver Nelson, "Stolen Moments", é uma peça que o líder há muito tempo queria gravar e com uma nova seção de sopros, finalmente o fez com um arranjo fino que apresenta um caloroso Martins no tenor e as cordas elétricas de Amuedo no belo acompanhamento improvisado.

Recebendo outra maravilhosa interpretação, aqui, está o imortal standard de Horace Silver, "Song for My Father", apresentando o explosivo trompete de Sadoc, que marca a música com um ótimo acompanhamento percussivo e da bateria e, óbvio, há um tântrico trabalho nas teclas pelo próprio mestre. A frequentemente gravada "All The Things You Are" de Jerome Kern/ Oscar Hammerstein é o último standard do álbum e não possui a evidente propensão brasileira de outras peças, mas a despeito da melodia familiar, vem como uma canção moderna e testemunho do talento de Adolfo como arranjador.

Outras faixas meritórias são "Cascavel", "Partido Leve" e a maravilhosa "Luar Da Bahia", complementando a sessão de música soberba que não contém adicionais desnecessários, estando cada peça, aqui, mantendo valorosas e repetidas interpretações particulares. O vibrante e atrativo “Tropical Infinito” de Antônio Adolfo reenfatiza a magia musical de uma bem balanceada seções rítmica e de sopros , que traz a elegância de ritmos e o vigor dos sopros, neste caso, com estilo brasileiro.

Faixas: Killer Joe; Whisper Not; Cascavel; Yolanda, Yolanda; Stolen Moments; Song for My Father; Partido Leve; All The Things You Are; Luar Da Bahia.

Músicos: Antônio Adolfo: piano; Jesse Sadoc: trompete, flugelhorn (4, 7-9); Marcelo Martins: saxofone tenor, saxofone soprano (4, 9); Serginho Trombone: trombone; Leo Amuedo: guitarra; Jorge Helder: baixo; Rafael Barata: bateria; Andre Siqueira: percussão; Claudio Spiewak: violão (1, 3, 8).

Para conhecer um pouco deste trabalho, assistam ao vídeo abaixo:


Fonte: Edward Blanco (AllAboutJazz)

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