O pianista, compositor, arranjador e antigo educador, Antônio
Adolfo, tem mais de 25 álbuns como líder, apresentando a melhor da bossa nova e
samba com balanço estilizado e empregando uma variedade de seções rítmicas em
seu acompanhamento. “Tropical Infinito” é uma homenagem musical de estilos do
pianista, explorando o jazz do início dos anos 60, que influenciou uma geração
inteira de artistas brasileiros de bossa como ele mesmo. Embora, para
acompanhá-lo, Adolfo tenha alterado sua seção rítmica, cuja abordagem exigiu a
expansão do formato usual, incluiu uma seção de sopros típicas das bandas
daquela era.
Com a exceção do guitarrista Leonardo Amuedo originário de Montevidéo,
Uruguai, o time musical de Adolfo tem personalidades elogiáveis do topo dos
instrumentistas brasileiros, incluindo seu antigo colaborador e percussionista André
Siqueira, o baterista carioca Rafael Barata, o violonista residente na Flórida,
Claudio Spiewak (aparecendo como convidado especial) e o baixista Jorge Helder,
todos formando essencialmente a mesma seção rítmica da banda que aparece em
diversas gravações anteriores de Adolfo.
Providenciando o novo traço para um repertório selecionado,
com toque brasileiro, que inclui quatro inéditas e cinco clássicos standards, são uma propulsiva seção de
sopros realçando as poderosas vozes do trompetista Jessé Sadoc, do trombonista
Serginho Trombone e do extraordinário saxofonista Marcelo Martins para um novo
som em octeto. A icônica "Killer Joe" de Benny Golson e a hard-bop, "Whisper
Not", iniciam a música com um decididamente samba brasileiro talentosa e
refinadamente transformados pelos criativos arranjos de Adolfo.
O líder inclui uma pungente oferta para sua mãe na doce e
delicada "Yolanda, Yolanda", apresentando uma calorosa melodia, ternos
ataques nas teclas por parte do pianista e solos espirituosos pelos
instrumentistas dos sopros, uma das faixas destaques do trabalho. O clássico de
Oliver Nelson, "Stolen Moments", é uma peça que o líder há muito
tempo queria gravar e com uma nova seção de sopros, finalmente o fez com um
arranjo fino que apresenta um caloroso Martins no tenor e as cordas elétricas
de Amuedo no belo acompanhamento improvisado.
Recebendo outra maravilhosa interpretação, aqui, está o
imortal standard de Horace Silver, "Song
for My Father", apresentando o explosivo trompete de Sadoc, que marca a
música com um ótimo acompanhamento percussivo e da bateria e, óbvio, há um tântrico
trabalho nas teclas pelo próprio mestre. A frequentemente gravada "All The
Things You Are" de Jerome Kern/ Oscar Hammerstein é o último standard do álbum e não possui a
evidente propensão brasileira de outras peças, mas a despeito da melodia
familiar, vem como uma canção moderna e testemunho do talento de Adolfo como
arranjador.
Outras faixas meritórias são "Cascavel",
"Partido Leve" e a maravilhosa "Luar Da Bahia", complementando
a sessão de música soberba que não contém adicionais desnecessários, estando
cada peça, aqui, mantendo valorosas e repetidas interpretações particulares. O
vibrante e atrativo “Tropical Infinito” de Antônio Adolfo reenfatiza a magia
musical de uma bem balanceada seções rítmica e de sopros , que traz a elegância
de ritmos e o vigor dos sopros, neste caso, com estilo brasileiro.
Faixas: Killer Joe; Whisper Not; Cascavel; Yolanda, Yolanda;
Stolen Moments; Song for My Father; Partido Leve; All The Things You Are; Luar
Da Bahia.
Músicos: Antônio Adolfo: piano; Jesse Sadoc: trompete,
flugelhorn (4, 7-9); Marcelo Martins: saxofone tenor, saxofone soprano (4, 9);
Serginho Trombone: trombone; Leo Amuedo: guitarra; Jorge Helder: baixo; Rafael
Barata: bateria; Andre Siqueira: percussão; Claudio Spiewak: violão (1, 3, 8).
Para conhecer um pouco deste trabalho, assistam ao vídeo
abaixo:
Fonte: Edward Blanco (AllAboutJazz)
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