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segunda-feira, 19 de fevereiro de 2018

ARUÁN ORTIZ TRIO – HIDDEN VOICES (Intakt Records)



Seria fácil para Aruán Ortiz tomar o batido caminho do trio de piano do jazz latino e, há vezes em “ Hidden Voices”, que ele chega lá. Parece aproximadamente provocador quando ele, pianista cubano, o faz, trabalhando aqui com o baixista Eric Revis e o baterista Gerald Cleaver, carecendo aos ouvintes saber que ele é bem cônscio das suas raízes, mas não tem nenhuma intenção de ficar confinadas nelas. Ortiz é bastante inquieto como compositor e improvisador.

Contando isto, as faixas não originais de Ortiz em “Hidden Voices” são uma de Thelonious Monk, (“Skippy”) e a outra é um medley de duas de Ornette Coleman (“Open or Close” encontrada no álbum de 1979 “Old and New Dreams” e “The Sphinx”). Apropriadas, porque seguem os mais óbvios e consistentes pontos de referência de Ortiz: os ritmos ziguezagueantes e com formas inconstantes, as harmonias quebradas, dinâmicas e mudanças abruptas. Ortiz curte a liderança da seção rítmica, apenas para ver aonde eles vão, quando, então, puxa o tapete de baixo deles. Invariavelmente eles aceitam o desafio e, como são experientes, apenas dão emoção aos desvios dentro dos seus jeitos.

Porém, tampouco, é sobre tudo isto. Segundo a abertura com muitas curvas penetrantes em “Fractal Sketches”; a ebuliente “Caribbean Vortex/Hidden Voices”, o medley de Ornette e a meditativa “Analytical Symmetry”, Ortiz quebra as coisas em duas partes “Arabesques of a Geometrical Rose”, a primeira contemplação solo subintitulada “Spring”, a segunda uma largamente temperada peça de trio de piano, “Summer”, destacando Revis. “Joyful Noises” é algo ainda mais completo, uma espécie de liberdade de forma a esmo, pontuada por espaços muito bem apreciados, que deve correr se você deixa um grupo de feras livres em seu ensaio e permite-lhes caminhar sobre seus instrumentos. “17 Moments of Liam’s Moments (or 18)”, o número dentro do esquema mais puramente latino (embora como menos de dois minutos dele) e outro solo de piano, “Uno, Dos y Tres, Que Paso Más Chévere” (a outra reinterpretação creditada a Rafael Ortiz), preenche o saco de boas ideias, consumadas admiravelmente.  

Faixas: Fractal Sketches; Open & Close/The Sphinx; Caribbean Vortex/Hidden Voices; Analytical Symmetry; Arabesques of a Geometrical Rose (Spring); Arabesques of a Geometrical Rose (Summer); 17 Moments of Liam's Moments; Joyful Noises; Skippy; Uno, Dos y Tres Que Paso Mas Chevere.

Músicos: Aruán Oritz: piano; Eric Revis: baixo; Gerald Cleaver: bateria.

Para conhecer um pouco deste trabalho, assistam ao vídeo abaixo:

 
Fonte: Jeff Tamarkin (JazzTimes)

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