
Contando isto, as faixas não originais de Ortiz em “Hidden
Voices” são uma de Thelonious Monk, (“Skippy”) e a outra é um medley de duas de Ornette Coleman (“Open
or Close” encontrada no álbum de 1979 “Old and New Dreams” e “The Sphinx”). Apropriadas,
porque seguem os mais óbvios e consistentes pontos de referência de Ortiz: os
ritmos ziguezagueantes e com formas inconstantes, as harmonias quebradas, dinâmicas
e mudanças abruptas. Ortiz curte a liderança da seção rítmica, apenas para ver
aonde eles vão, quando, então, puxa o tapete de baixo deles. Invariavelmente
eles aceitam o desafio e, como são experientes, apenas dão emoção aos desvios
dentro dos seus jeitos.
Porém, tampouco, é sobre tudo isto. Segundo a abertura com
muitas curvas penetrantes em “Fractal Sketches”; a ebuliente “Caribbean
Vortex/Hidden Voices”, o medley de Ornette e a meditativa “Analytical Symmetry”,
Ortiz quebra as coisas em duas partes “Arabesques of a Geometrical Rose”, a
primeira contemplação solo subintitulada “Spring”, a segunda uma largamente
temperada peça de trio de piano, “Summer”, destacando Revis. “Joyful Noises” é
algo ainda mais completo, uma espécie de liberdade de forma a esmo, pontuada
por espaços muito bem apreciados, que deve correr se você deixa um grupo de
feras livres em seu ensaio e permite-lhes caminhar sobre seus instrumentos. “17
Moments of Liam’s Moments (or 18)”, o número dentro do esquema mais puramente
latino (embora como menos de dois minutos dele) e outro solo de piano, “Uno,
Dos y Tres, Que Paso Más Chévere” (a outra reinterpretação creditada a Rafael
Ortiz), preenche o saco de boas ideias, consumadas admiravelmente.
Faixas: Fractal Sketches; Open & Close/The Sphinx;
Caribbean Vortex/Hidden Voices; Analytical Symmetry; Arabesques of a
Geometrical Rose (Spring); Arabesques of a Geometrical Rose (Summer); 17
Moments of Liam's Moments; Joyful Noises; Skippy; Uno, Dos y Tres Que Paso Mas
Chevere.
Músicos: Aruán Oritz: piano; Eric Revis: baixo; Gerald
Cleaver: bateria.
Para conhecer um pouco deste trabalho, assistam ao vídeo
abaixo:
Fonte: Jeff Tamarkin (JazzTimes)
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