Em 2011, o trompetista, nascido em New Orleans, Nicholas
Payton incendiou a rede social com suas francas visões sobre a morte do jazz,
raça humana e a música negra americana. O refluxo produziu não só visões
ferozmente opostas e mensagens de ódio dirigidas a Payton. Embora o debate
continue sobre o que é e o que não é jazz, não há questionamentos sobre o
talento ou habilidades de Payton. Ao longo de sua discografia como um músico
pós-moderno de New Orleans, a maestria de Payton em seu instrumento é sem
repreensão e ressoa com completa autoridade. Sua premência para continuar a
crescer é apresentada em “Afro-Caribbean Mixtape” que integra jazz, comentários
sociais, Hip Hop e R&B com dialetos afrodescendentes da América Central e
do Caribe.
Como um DJ, Payton entrelaça 22 faixas através de 2 discos de
música vibrante interpretada por uma banda muito bem entalhada, que inclui o
tecladista Kevin Hays e o percussionista Daniel Sadownick, que tocaram com Payton
no lançamento de “Sonic Trace (Warner Brothers) ” em 2003. Balanços
descontraídos misturam-se com criteriosas inserções de pensadores e músicos
influentes tais como o baterista Max Roach em "Jazz is a Four-Letter
Word". Uma das faixas mais suaves é a que dá título ao disco. Um regresso
de Payton aos anos de forma eletricamente incrementada com sopros em serenata
ao lado de ritmo funkeado.
Os ritmos afro-caribenhos fluem através de "La
Guajira" conforme a banda de Payton brinca com as tradicionais divisões,
então mergulha nas águas da psicodelia experimental em "El Guajiro", alçada
pelas permutas do expressivo trompete de Payton, da percussão ativa de Sadownick e espetaculares armadilhas do
baterista Joe Dyson. Há uma funkeada de Headhunter
de Herbie Hancock—vibração para "Kimathi" , onde o DJ Lady Fingaz trabalha
seus mágicos pratos de discos.
Embora o Disco 2 incline-se mais para elementos de dança
urbana, entretanto é menos convincente em fundir diferentes estilos de música.
"Jewel" inicia com cordas opulentas e o arco de Vicente Archer,
enquanto Payton providencia um solo rapsódico. Ele encaixa-se adequadamente a "Junie's
Boogie", que poderia ter sido uma jam
ouvida em uma linha de "Soul Trail" de Don Cornelius, completa com
balanços afro, calças boca de sino e sapatos plataforma. Esta é Soul music que suinga. Um dos destaques
é "Othello", onde o vocal do multitalentoso Payton é tão
impressionante quanto seu instrumento com o sentimento monkeano em "Round Midnght" e o suíngue do bebop.
A despeito de muitas categorizações e o que alguns poderiam
chamar de diluição, o jazz está intrinsicamente ligada à música negra que
“Afro-Caribbean Mixtape” de Payton celebra. Esta música que você pode desfrutar
em muitos níveis diferentes daquele que o rótulo informa.
Faixas: Disco 1: Tape Intro; Afro-Caribbean Mix; ACM Remix
1; #BAMboula; Intro to Kimathi; Jazz is a Four-Letter Word; La Guajira; El
Guajiro; ACM Remix 2; Madmwazel Ayiti; Kimathi (Main Theme); Disco 2: Jewel;
Junie's Interlude; Junie's Boogie; Othello; Kimathi (for our Elders and out
Children); Jazz is a Four-Letter; Relexification (Midnight at Tyler's); Kimathi
(Cotton Gin_Tonic); The Egyptian Second Line; ACM Remix 3; Call and Response.
Músicos: Nicholas Payton: trompete, piano, vocal; Kevin Hays:
teclados; Vicente Archer: baixo; Joe Dyson: bateria. Daniel Sadownick: percussão;
DJ Lady Fingaz: prato de toca-disco.
Para conhecer um pouco deste trabalho assistam ao vídeo
abaixo:
Fonte: Mark F. Turner (AllAboutJazz)
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