Duro é acreditar que Carla Bley está agora com 80 anos, não
é difícil ouvir, em tudo, que seu espírito investigador não diminuiu neste álbum
com um trabalho novo. Com o saxofonista Andy Sheppard e o baixista Steve
Swallow, seus parceiros musicais há 20 anos, Bley continua a navegar através de
complexas estruturas de acordes, explora a elasticidade do tempo e provoca
nuances em suas próprias composições, que parecem, à primeira vista, serem
produtos cerebrais, mas logo revelam uma tremenda profundidade de sentimento.
Você pode apreender isto em “Saints Alive!”, como Swallow prolonga-se
em seu alto registro para um assombroso manifesto de cinco minutos e Sheppard
responde com um solo , que é como em um filme noir , que você quase pode ver resplandecendo nas noites das ruas
das cidades. O piano meditativo de Bley juntando as coisas durante “Naked
Bridges/Diving Brides” é similarmente evocativo, um quebra-cabeças de memórias
distantes com cada barulho das teclas oferecendo outra peça.
O principal evento aqui, entretanto, é a suíte título. Com
duração de 28 minutos, que Bley descreve nas notas para o disco como
representando três estágios da recuperação de um vício. Seus conceitos centrais, aparecem e
reaparecem ao longo das três partes da suíte, são uma simples linha ascendente
e um ritmo como o tango. Porém, o que que estabelece a ascensão que vem destes
ingredientes básicos! E também emoções: agonia na primeira seção (traz para
casa o meditativo tenor de Sheppard), ternura na segunda e determinação na
terceira, que acelera o tema original, move-se para cima e para baixo e
fragmenta-se em minúsculas partes que
os três instrumentistas, então, intercambiam entre si em bem-humorados padrões
como se fossem tordos.
Faixas
1 Andando El Tiempo: Sin Fin 10:21
2 Andando El Tiempo: Potación De Guaya 9:48
3 Andando El Tiempo: Camino Al Volver 8:27
4 Saints Alive! 8:35
5 Naked Bridges / Diving Brides 10:05
Fonte: Mac Randall (JazzTimes)
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