
O toque de Berman desenvolve-se como um diálogo avançado com
seus companheiros de banda e consigo mesmo (e, por implicação, com seus
ouvintes). Junto com o baixista Jason Roebke e o baterista Frank Rosaly, ele
elabora linhas que tartamudeia, flui, desliza e suínga, às vezes tudo isto e
mais alguma coisa sobre o curso do tema ou criando duas miscelâneas sintáticas,
que, entretanto, é despojado o bastante para permitir a rédea livre para sua
excessiva e profunda entonação. Às vezes, ela chama um obstinado efeito como um
vocal (isto é, som agudo, ruído estridente, suspiros e imprecações guturais em
faixas como “Blues” e “Today’s Date”). Porém, mesmo quando seu som é mais
convencionalmente agudo, seu timbre sutil, desloca-se, expande-se e contrai-se
de uma entonação, bem como seu imperioso uso de um espaço e o silêncio evoca a
eloquência de um mestre conversador.
Tão desafiadora, mesmo exigente, como a música pode ser, é
também benvinda. Há uma franqueza de espírito bem amorosa no toque de Berman,
que o faria acessível mesmo para os ouvintes que devem abrigar dúvidas sobre improvisações
livres. Cada um pode se sentir benvindo nesta dança.
Faixas: Hang Ups; Blues; Wooden; Tine/Trouble; Your Uncle;
Mint; That’s How; Luggage; Bridges; Today’’s Date; Cold Snap.
Músicos: Josh Berman: cornet; Jason Roebke: baixo; Frank
Rosaly: bateria.
Fonte: David Whiteis (JazzTimes)
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