
Todos estes fatores são evidentes ao longo de “Six String
Solos”, primeira gravação sozinho de DeVos, e sexta como líder. DeVos prova
estar em cada partícula com um trabalho desembaraçado sem uma rede de segurança
com ele, quando ele está suportado por acompanhantes antigos, o organista Dan
Kostelnik e o baterista Steve Johns. O programa consiste em oito grandes
favoritos do cancioneiro norte-americano, uma de Kenny Burrell e uma original
de DeVos. Suas interpretações são profundamente estruturadas, as melodias
reconhecidamente enfileiradas através de uma miscelânea de acordes e notas
simples. A maioria dos impulsos desdobram-se em um paciente e vagaroso modo,
sem se afligir com o tempo estrito. "Come Rain or Come Shine",
"Yesterdays", "Have You Met Miss Jones", "Some Other
Time" e "While We're Young" são os principais exemplos da
abordagem de DeVos. Há certa densidade em sua execução, embora as melodias
sejam embelezadas só no ponto. Ele não as sobrecarrega ou as oprime. Mais
importante, DeVos apresenta uma genuína ternura para as canções. Ele nunca dá a
impressão que elas são obrigações a serem encontradas antes do trabalho
essencial de improvisação iniciar.
Não dissimilar às suas interpretações das canções, a função
das improvisações de DeVos em níveis diferentes tão bem se aglutinam dentro de
um todo. As linhas do solo são vigorosas, desembaraçadas, e não tão apartadas
do material de origem. O guitarrista não necessita de uma seção rítmica para
suingar e gerar um robusto e franco momento de força viva. Você pode sempre
sentir a batida base, mesmo sem a presença de um baixo e uma bateria. Breves
silêncios não estão ausentes, mas antes contribuem para impulsionar a música.
DeVos frequentemente gera um impacto emocional, às vezes apenas executando uma
frase ou duas, ainda que nunca soe como se ele tivesse tensionando para
impressionar. Não obstante exemplos de sua capacidade artística sejam evidentes
em cada faixa, observe com atenção o solo em "How Deep Is The Ocean",
onde ele se move de estribilho a estribilho, gradualmente incrementando força e
passando a ser mais animado.
Observe as formas nas quais DeVos utiliza combinações de
notas simples e acordes em todos os seus solos em quantidade para uma espécie
de fricção criativa. As notas simples são granulosas, expressivas e focadas
- os sons de um homem indo a algum lugar
com um genuíno senso de propósito. Parte do prazer da audição de passagens mais
longas com notas simples é o elemento de suspense — quando e onde estará o próximo
acorde (s)? . Os acordes frequentemente induzem um pouco de turbulência em
relação às notas simples. Elas vão de um som mais sussurrado a uma onda tempestuosa.
O peso e a ênfase dos acordes variam bem. No meio desta diversidade, os solos
em sua inteireza são convincentes, bem como comoventes e arrojados.
No atual estágio de sua carreira alguém deveria esperar que
DeVos—não diferente de muitos outros veteranos músicos de jazz— retornasse ao conforto
de suas associações profissionais anteriores. Ele poderia escolher tocar em
segurança e focar em projetos que homenageiam Richard "Groove" Holmes
ou Charles Earland, duas das lendárias figuras do jazz no Hammond B-3 órgão. Embora
“Six String Solos” certamente inclui elementos do trabalho de DeVos nas bandas
dos seus mestres, a gravação fala para o presente mais do que para o passado.
Estou apostando que DeVos será enfim reconhecido por suas habilidades no novo
milênio, que enfatizam sua música movendo-se para adiante, em vez de
consistentemente revisitar triunfos anteriores.
Faixas: Come Rain Or Come Shine; Yesterdays; Speech Without
Words; Have You Met Miss Jones; Chitlins Con Carne; How Deep Is The Ocean; Some
Other Time; Beautiful Love; Summertime; While We're Young
Fonte: DAVID A. ORTHMANN (AllAboutJazz)
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