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segunda-feira, 23 de abril de 2018

LUIS PERDOMO – MONTAGE (Hot Tone Music)


O pianista venezuelano Luis Perdomo é mais que um titã do jazz latino (embora muito do seu trabalho com Miguel Zenón e o lançamento pela gravadora Criss Cross, “The Infancia Project”, seja recomendado pelo estilo). Ele é, também, um postbopper que pode incendiar, e um sensível estudioso capaz de assombrosos estudos e suaves baladas em tempo médio. O magnífico, mas revigorante “Montage”, a primeira gravação solo de Perdomo dentre seus oito álbuns lançados, é a mais refinada da sua obra artística.

O material em mãos está propositadamente em amplo espaço. Porém, se é uma faixa dançante como “Mambo Mongo” ou um número cumulativamente pulsante postbop como em “Cal Massey” de Stanley Cowell, Perdomo escolhe mover-se vagarosamente a partir de batidas dissonantes ou força viva arriscada, gerando uma conversação a duas mãos sem a perda da essência rítmica das canções. Quando ele mergulha profundo nas raízes latinas, ele sonda pela beleza, especialmente sua suntuosa interpretação do bolero “Si te Contara” do violinista e maestro cubano Félix Reina Altuna e a peça de câmara “La Revuelta de Don Fulgencio” do seu professor Gerry Weil. A maioria dos standards familiares são inventivamente refinados com Perdomo usando o pedal do piano de sensível angularidade de “Monk’s Dream” em favor de mais ressonância em densidade, e desconstruindo “Body and Soul” apenas o bastante para evitar o aparecimento de um alinhavado número bisado
.
Cinco das oito composições de Perdomo, aqui, são curtas, peças impressionistas ponteadas ao longo do programa, que ecoam o título da gravação. A maioria são autoexplicativas. “Montage Fleeing” é impulsiva e caótica, “Montage Angst” é agitada, “Montage Air” estende-se prazerosamente, mas a vencedora do grupo é (também a mais longa) claramente “Montage Sleepwalker”, que utiliza timbres contrastantes para gerar uma ambiência espectral e tangivelmente específica. As composições autônomas são ancoradas por melodias sedutoras (“Amani” e “The Sky Beyond”) ou, no caso da ambiciosa “The Boundary Law”, fluente, majestosa, bop neoclássico. No todo, “Montage” é adequado para promover o brilho da reputação de Perdomo como um rico e , compreensivelmente, pianista capacitado.

Faixas: Montage: Fleeing; Monk’s Dream; Montage: Sleepwalker; Mambo Mongo; Amani; Montage: Angst; Cal Massey; Si Te Contara; hinking Of You; Montage: Air; The Sky Beyond; La Revuelta de Don Fulgencio; The Boundary Law; Montage: The Ascent; Body And Soul.

Fonte: Britt Robson (JazzTimes)

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