Se você de algum modo é capaz de inserir Miles Davis em seu
período suave dentro da cena jazzística europeia contemporânea, você teria de
pensar porque ele soa um bocado como Paolo Fresu. Porém, embora Miles esteja
preocupado consigo mesmo, o som de cool
"urbano" de Fresu oferece um romance infundido do “cool”. Concebe uma
sacada como um por- do- sol do Mediterrâneo, um copo de Chianti na mão, fixando
profundamente nos olhos da sua parceira, desfrutando uma lufada da brisa do ar
salino através de sua pele. Esta é a magia de Fresu.
“Carpe Diem” do Paolo
Fresu Devil Quartet oferece canções amplas, arrebatadoras e metódicas com
um ritmo que se desdobra lentamente, envolvendo o ouvinte em felicidade. A
visão romântica de Fresu é habilmente suportada por Bebo Ferra na guitarra,
Paolino Dalla Porta no baixo e Stefano Bagnoli na bateria.
A maior parte do álbum consiste de baladas, belamente
compostas e construídas. "Home", "In minore",
"Enero", "Ballata per Rimbaud", "Ottobre",
"Giulio libano" e a assombrosa "Human Requiem" são exemplos
principais. Todas, menos uma destas, "Enero", tem o sentimento de filme noir—ou cinema New Wave— com fotografia em preto e
branco. Há uma cadência animada na oitava nota, e Fresu e Fera tocam em
uníssono ou harmonizam suas linhas. Embora o toque de Fresu sugira Miles, o som
de Fera lembra o de Ralph Towner, mas com uma graça italiana.
Nem tudo é suave e fervoroso, entretanto. "Carpe
Diem", a canção título oferece um contagiante ritmo blueseiro. Outros
exemplos de felizes explorações do blues incluem "Un tema per Roma",
onde a maestria técnica de Fresu sobre seus instrumentos está em completa
exibição, e "Un poste al sole", que deveria estar em qualquer lista de
grandes canções famosas.
A influência de Miles é mais aparente na composição "Lines".
Porta passeia no baixo e Fresu toca linhas jazzísticas sobre o passeio. Soa
como um pavoneio na Quinta Avenida. Há um ótimo uníssono sincopado entre o
trompete, baixo e guitarra em cima do trabalho das vassourinhas de Bagnoli ,
então Fresu assume o solo.
Alguém pode ser levado a “Carpe Diem” por muitas razões. Sua
abordagem "suavemente como o nascer da manhã” é reanimadora e benvinda. Seu
romance é transportado para o dito de Dante, "L'amor che muove il sole e l'altre stelle". Aos amantes de
todos os locais, desfrutem.
Faixas: Home; Carpe Diem; In minore; Enero; Dum Loquimur,
fugerit invida aetas; Lines; Secret Love; Ballata per Rimbaud; Ottobre; Un tema
per Roma; Human Requiem; Quam minimum credula postero; Giulio libano; Un posto
al sole.
Músicos: Paolo Fresu; trompete e flugelhorn; Bebo Ferra:
violão; Paolino Dalla Porta: baixo; Stefano Bagnoli: bateria.
Para conhecer um pouco deste trabalho, assistam ao vídeo
abaixo:
Fonte: Don Phipps (AllAboutJazz)
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