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segunda-feira, 30 de abril de 2018

PAOLO FRESU – CARPE DIEM (Tuk Music)


Se você de algum modo é capaz de inserir Miles Davis em seu período suave dentro da cena jazzística europeia contemporânea, você teria de pensar porque ele soa um bocado como Paolo Fresu. Porém, embora Miles esteja preocupado consigo mesmo, o som de cool "urbano" de Fresu oferece um romance infundido do “cool”. Concebe uma sacada como um por- do- sol do Mediterrâneo, um copo de Chianti na mão, fixando profundamente nos olhos da sua parceira, desfrutando uma lufada da brisa do ar salino através de sua pele. Esta é a magia de Fresu.

“Carpe Diem” do Paolo Fresu Devil Quartet oferece canções amplas, arrebatadoras e metódicas com um ritmo que se desdobra lentamente, envolvendo o ouvinte em felicidade. A visão romântica de Fresu é habilmente suportada por Bebo Ferra na guitarra, Paolino Dalla Porta no baixo e Stefano Bagnoli na bateria.

A maior parte do álbum consiste de baladas, belamente compostas e construídas. "Home", "In minore", "Enero", "Ballata per Rimbaud", "Ottobre", "Giulio libano" e a assombrosa "Human Requiem" são exemplos principais. Todas, menos uma destas, "Enero", tem o sentimento de filme noir—ou cinema New Wave— com fotografia em preto e branco. Há uma cadência animada na oitava nota, e Fresu e Fera tocam em uníssono ou harmonizam suas linhas. Embora o toque de Fresu sugira Miles, o som de Fera lembra o de Ralph Towner, mas com uma graça italiana.

Nem tudo é suave e fervoroso, entretanto. "Carpe Diem", a canção título oferece um contagiante ritmo blueseiro. Outros exemplos de felizes explorações do blues incluem "Un tema per Roma", onde a maestria técnica de Fresu sobre seus instrumentos está em completa exibição, e "Un poste al sole", que deveria estar em qualquer lista de grandes canções famosas.

A influência de Miles é mais aparente na composição "Lines". Porta passeia no baixo e Fresu toca linhas jazzísticas sobre o passeio. Soa como um pavoneio na Quinta Avenida. Há um ótimo uníssono sincopado entre o trompete, baixo e guitarra em cima do trabalho das vassourinhas de Bagnoli , então Fresu assume o solo.

Alguém pode ser levado a “Carpe Diem” por muitas razões. Sua abordagem "suavemente como o nascer da manhã” é reanimadora e benvinda. Seu romance é transportado para o dito de Dante, "L'amor che muove il sole e l'altre stelle". Aos amantes de todos os locais, desfrutem.

Faixas: Home; Carpe Diem; In minore; Enero; Dum Loquimur, fugerit invida aetas; Lines; Secret Love; Ballata per Rimbaud; Ottobre; Un tema per Roma; Human Requiem; Quam minimum credula postero; Giulio libano; Un posto al sole.

Músicos: Paolo Fresu; trompete e flugelhorn; Bebo Ferra: violão; Paolino Dalla Porta: baixo; Stefano Bagnoli: bateria.

Para conhecer um pouco deste trabalho, assistam ao vídeo abaixo:

 
Fonte: Don Phipps (AllAboutJazz)

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