Até agora, historiadores consideraram o pianista Joe Castro
(1927-2009) notável por duas razões: Ele foi o primeiro líder mexicano-americano
de jazz a alcançar grande fama, e ele foi casado com Doris Duke, a dona de uma
indústria de tabaco, a mulher mais rica do mundo durante sua vida com
aproximadamente U$1.3 bilhões, quando morreu em 1993. Por outro lado,
entretanto, Castro foi também um importante cronista da cena jazzística dos
anos 50 e 60, um fato que só veio à luz com o lançamento desta caixa com seis CDs,
montada a partir de sua biblioteca de fitas.
Em 1953, todo este dinheiro oriundo do cigarro ajudou Duke a
comprar uma mansão em Beverly Hills, que havia pertencido ao ator Rudolph
Valentino e a equipou com um estúdio para ensaio e gravação para Castro. Jam sessions soltas gravadas lá e na
fazenda de Duke em Somerville, N.J., que ocupam a maior parte desta caixa. O
primeiro disco, gravado em 1954 e apresentando Buddy Collette na flauta e
clarinete e Chico Hamilton na bateria, é a maior revelação: três longaa e
episódicas peças que parecem completamente improvisadas, ainda que alguém com
dúvidas em relação Castro tenha algum motivo pronto, toda vez que a inspiração
está marcada. Esta experiência de forma livre é atrapalhada pela pobre qualidade
do áudio.
O disco três, como melhor qualidade sonora, de 1956, oferece
a mais agradável música aqui, emparelha o show de piano de Castro com o estonteante
toque do baixo de Oscar Pettiford e os trabalhos vigorosos do tenor de Zoot
Sims e Lucky Thompson. O resto é um singular arrebatamento das mais elementares
orquestras dos anos 60 e diversas jams
dos anos 50, que não apresenta Castro em toda parte (O grande Teddy Wilson ocupa
o banco do piano para um disco completo, e o mais prazeroso para ouvir sua exuberante
firmeza estabelece-se contra o suave brilho de Stan Getz em cinco faixas). A
despeito de seu desnível, “ Lush Life” inicia como uma porta surpreendente e
valorosa na história do jazz do West
Coast.
Fonte: Mac Randall (JazzTimes)
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