O pintor, escultor, arquiteto, poeta e cientista da
Renascença italiana, Michelangelo di Lodovico, é frequentemente citado quando
se cita seus 17 passos para esculpir sua obra prima David, "cada bloco de
pedra tem uma estátua dentro e a tarefa do escultor é descobri-la". O
mesmo pensamento vem à mente quando dois escultores musicais cinzelam todas as
coisas que não soam melodiosas para capturar a ideia.
Por algum tempo, agora, a dupla, o baixista Michael Bisio e
o pianista Matthew Shipp, têm colaborado com o novo mundo do jazz. Eles podem
ser ouvidos colaborando com o saxofonista Ivo Perelman e nos rios de Shipp, primeiro
com o baterista Whit Dickey e na sua mais nova configuração com o baterista Newman
Taylor Baker. O lançamento deles “The Conduct Of Jazz (Thirsty Ear, 2015) ” [Nota: resenhado neste blog em 22/07/2016]
fez parte de muitas listas de críticos como “um dos melhores do ano”. Eles
gravaram um disco anterior em duo, uma gravação pura em estúdio, “Floating Ice
(Relative Pitch,2012) ” [Nota: resenhado
neste blog em 09/11/2013].
Este trabalho ao vivo, lançado como um LP (ou download), a partir de concerto International Jazz Day, em 2015, em Seattle,
inicia com blocos não adornados (frequentes acordes de Shipp) e um cinzela e
pole a música dentro de uma figura fina de canção. Iniciando com
"Regeneration" de Shipp, a dupla começa uma dança, uma espécie de
diálogo preparatório com um senso elástico de tempo e posição. A música drena
dentro da característica da peça de Shipp em "Gamma Ray", que flerta
com West Side Story de Leonard
Bernstein dentro do anguloso estilo de Thelonious Monk. Com o baixo de Bisio,
Shipp encontrou sua alma gêmea, que compartilha muito do DNA do pianista, assim
como os dois frequentemente compartem os mesmos pensamentos musicais.
A partir de um bloco de granito não trabalhado, a dupla
também entalha "My Funny Valentine" de Rogers & Hart's e o
clássico do jazz "On Green Dolphin Street". As melodias modeladas
como peças brutas lavradas. Mais como Alberto Giacometti, que Michelangelo. O
sucesso pop (1972) de Roberta Flack e Donny Hathaway, "Where Is The
Love" age como uma pedra de roseta, permitindo ao observador inserir-se no
processo deles, antes deles se aventurarem na "Psychic Counterpoint"
de Shipp e seus pessoais estilos de discurso. Bisio toca com pulsação e tempo,
aqui, mas do que Shipp, enfileirando a música com um ouvido para a melodia,
quando necessita estar, e uma densidade que se sente, às vezes, impenetrável. O
que caracteriza as colaborações deles, e esta em particular, é a lógica interna
e a ordem que configura uma placa de sons.
Faixas: Regeneration; Gamma Ray; My Funny Valentine; New
Fact; Where Is The Love?; Psychic Counterpoint; Green Dolphin Street; Virgin
Complex.
Músicos: Matthew Shipp: piano; Michael Bisio: baixo.
Fonte: Mark Corroto (AllAboutJazz)
Um comentário:
Um excelente trabalho, confesso que não entendo muito bem, até porque, é dificil conhecer alguém que saiba fazer um trabalho como esse. Parabéns
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