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terça-feira, 8 de maio de 2018

MOSTLY OTHER PEOPLE DO THE KILLING – LOAFER´S HOLLOW (Hot Cup Records)


A capa de “Loafer’s Hollow” rigorosamente assemelha-se a Red Hot, o álbum do Mostly Other People Do the Killing de 2013. O trombonista baixo Dave Taylor assenta-se em frente de outros seis membros estabelecidos da banda, que todos olham de forma divertida, impactante ou perplexa. A postura não é uma autoparódia, mas antes de outras frases musicais improvisadas da banda em um retrato do jazz—Red Hot Peppers de Jelly Roll Morton, ainda que Morton observou como ele foi dispensando a sabedoria, enquanto Taylor analisa como ele quer terminar a leitura.

A imagem reflete uma continuação do conceito do álbum anterior, tomando o jazz inicial, neste caso a música dos anos 1930 e 40. Como em Red Hot, o grupo expande para hepteto, adicionando Taylor (trombone baixo), Brandon Seabrook (banjo) e Ron Stabinsky (piano) para o âmago junto com Jon Irabagon (sax tenor e sopranino), Moppa Elliott (baixo, composições) e Kevin Shea (bateria). Steven Bernstein substitui o trompetista original Peter Evans.

A mistura de instrumentos captura aquela era autenticamente, com texturas brilhantes de Seabrook, adicionando um ambiente em particular. Ao mesmo tempo, sua abordagem ao banjo também envolve rápido dedilhar e eletrônica, que adiciona propensão em fluxo livre. Bernstein prova ser um perfeito sucessor na cadeira do trompetista tão primitivo quanto a abertura, “Hi-Nella”, com um solo veloz e ofegante. Como se os pós-modernos anos 30 e 40 estivesse em um estilo de jazz não conceitual o bastante, cinco das oito faixas no disco servem como tributo para os autores variando de James Joyce a Thomas Pynchon.

Extensa técnica nos sopros, várias surdinas, stride piano, citações de “Mercy Mercy Mercy” e sucessos de Huey Lewis— tudo isto pode ser encontrado em algum lugar de “Loafer’s Hollow”. E Elliott não as apresenta em um modo “tudo isto é excêntrico no jazz”, mas de uma maneira que prova como os elementos disparatados podem ser compatíveis e jocosos ao mesmo tempo. Com cada álbum, seu alcance se aprofunda mais e é mais convincente. 

Faixas: Hi-Nella; Honey Hole; Bloomsburg (For James Joyce); Kilgore (For Kurt Vonnegut); Mason & Dixon (For Thomas Pynchon); Meridian (For Cormac McCarthy); Glen Riddle (For David Foster Wallace); Five (Corners, Points, Forks).

Músicos: Steven Bernstein: slide trompete, trompete; Moppa Elliott: baixo, compositor; Jon Irabagon: saxofones; Brandon Seabrook: banjo, eletrônica; Kevin Shea: bateria; Ron Stabinsky: 
piano; Dave Taylor: trombone baixo.

Fonte: Mike Shanley (JazzTimes)

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