
Esta química vem sem qualquer comprometimento dos músicos ou
acomodação aberta dos outros. A aspereza de Murray na entonação e o
desenvolvimento do lirismo ao paroxismo permanecem intactos, mas, entretanto,
fundem-se com a calorosa imaginação surrealista de Allen e a reimaginação agitada das batidas
de Carrington (Carrington frequentemente acumula o baixo, via sutil salto na
bateria; deste modo em “The Nurturer” ela, sem ajuda, traz o funk). Eles usam
aquelas técnicas próprias para brilhantemente seguir e respondem a cada um em
“Barbara Allen” e “The David, Geri & Terri Show” e para opor-se com igual
brilhantismo em “Samsara (For Wayne) ”. Apenas em “Perfection” de Ornette
Coleman os estilos deles reconfiguram-se para improvisar com a forma livre da
imagem de Coleman como o trombonista Craig Harris, o baixista Charnett Moffett e
o trompetista Wallace Roney reunidos para o passeio.
A química deles também produz um senso de humor, que
raramente é vista em seus projetos solos, indo de mera brincadeira ao humor
negro. Como melhor definir o estado de balanço brusco de “Cycles and Seasons”? O
ritmo 7/4 de Carrington a faz assimétrica no começo; Allen e Murray adicionam
suas próprias partes angulares (subsumidas, momentaneamente, por pontes de 4/4,
que desvanecem tão rapidamente como elas chegam), que eles então dissolvem
alegremente a demência improvisada. A brincadeira, se por acidente ou projeto, vem
primeiramente através de duas músicas que Murray maneja o clarinete baixo - “D
Special (Interlude)”, com sua vigorosa
elasticidade, e “For Fr. Peter O’Brien”, uma adequada recomendação antiga
espiritual/musical para Mary Lou Williams. É um produto bem-vindo de uma já
impressionante reação química.
Faixas
1. Mirror
of Youth
2.
Barbara Allen
3.
Geri-Rigged
4. The
David, Geri & Terri Show
5. The
Nurturer
6.
Perfection
7. D
Special (Interlude)
8.
Samsara (For Wayne)
9. For
Fr. Peter O'Brien
10.
Cycles and Seasons
Para conhecer um pouco deste trabalho, assistam ao vídeo
abaixo:
Fonte: Michael J. West (JazzTimes)
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