Miles Davis
aproxima-se silenciosamente do novo álbum do trompetista David Weiss &
Point of Departure, como uma fonte de divertimentos passados e inspiração de
coisas a vir. “Wake Up Call” rodeia-se com rumos da música que Davis projetou
no final dos anos 60 início dos 70, começando com “Sanctuary” de Bitches Brew, que Weiss arranja para duas
guitarras elétricas que flutuam sobre as linhas assentadas do baixo e amplitude
incrementada, mas há o empático toque da bateria. Com seu próprio melancólico e
penetrante trompete está contrabalançado pelo suplicante e granuloso saxofone
tenor de Myron Walden, Weiss evoca sua maestria, enquanto clarifica o original,
algo como uma sombria paisagem sonora e promove Ben Eunson no papel de
guitarrista heróico, preenchido incialmente por John McLaughlin.
Grandes
trabalhos de guitarra de Eunson, Travis Reuter e Nils Felder são iluminados
através de adaptações do PoD para
composições de Wayne Shorter, Tony Williams, Joe Henderson, Charles Moore,
Kenny Cox e Lelo Nazavio. Porém, Weiss não poupa a si segurando com formas de
abertura modal, que em seus dias substituiu (se não ofuscou) as estruturas
características de hard-bop/post-bop de outras bandas como The Cookers. E espalhando a si mesmo tão bem quanto replicando, e
com seus colaboradores, incluindo o saxofonista tenor JD Allen, Weiss estabelece
um alto nível para a geração de hoje das modernas tendências atuais.
Se “Wake Up
Call” não coloca uma marca de um futuro novo, reitera como longe o jazz tem
ido, e move-se confiantemente através de um horizonte próximo.
Faixas:
Sanctuary; Two Faced; Multidirection; Noh World; Gazelle; Sojourn; Pee Wee;
Sonhos Esquecidos; The Mystic Knights Of The Sea. (76:12)
Músicos:
David Weiss, trompete, Fender Rhodes (1, 5); Myron Walden (1, 5–9), JD Allen
(2–4), saxofone tenor; Ben Eunson, Travis Reuter (1, 5–9), Nir Felder (2–4),
guitarra; Matt Clohesy, baixo; Kush Adabey, bateria.
Para
conhecer um pouco deste trabalho, assistam ao vídeo abaixo:
Fonte: Howard
Mandel (DownBeat)
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