Como a maioria das categorizações fáceis, “garoto prodígio “
usualmente termina sendo a morte em vez de significar a exploração do objeto à
mão. No caso de Joey Alexander, é um desserviço precisamente porque é bastante
restritivo: se ele prova alguma coisa no segundo álbum, é que ele não estará
confinado.
Completamente ao contrário, aos treze anos de idade o
pianista e compositor desafia a si mesmo em múltiplas frentes em “Countdown”. Ele
não só escolhe tocar com outros músicos, incluindo o baixista Larry Grenadier
(Pat Metheny, Brad Mehldau) e o saxofonista Chris Potter (Dave Douglas, Dave
Holland), por meio disto permitindo assimilar a técnica, mas ele também assume
o risco do envolvimento deles em uma extensa correria em "Maiden
Voyage" de Herbie Hancock e suas detalhadas explorações que a melodia e
ritmo revelam porque é uma composição tão durável e porque a tríade é bastante
simpática.
A escolha da famosa canção também representa a coragem que Alexander
apresenta em sua seleção do material a ser reinterpretado, justapostos a
evocativas composições inéditas como "Soul Dreamer".
"Countdown" de John Coltrane é uma peça menos conhecida do grande
instrumentista (sua "My Favorite Things" serviu como título para a
estreia do artista), embora, em contraste, "Criss Cross" seja uma das
mais famosas composições do pianista/compositor Thelonious Monk. Alexander e a da
banda abordam esses números com prazer e não pouca quantidade de abandono.
De fato, os músicos deixam a autoconsciência para trás, para
um profundo compromisso nestes números e em sua própria interpretação, uma
ressonância combinada é tangível como a presença do áudio do produtor Jason
Olaine, que a preserva igualmente vívida em detalhe e panorama.O sempre
presente baterista Ulysses Owen Jr. passa rapidamente, mas os ritmos acentuam
os vários trios, que ribombam e trovejam, especialmente quando eles estão
seguindo na abertura do álbum, "City Lights" e a interação em
"For Wee Folks" de Wynton Marsalis é rápida iluminação e ágil reinício.
Porém a velocidade não é apenas para seu próprio fim ou para
instrumentistas exibir a forma de como tocam bem. É indicativo não só da profundidade da
inspiração que este precoce pianista/compositor apresenta, mas também com é
contagiante em seu entusiasmo. O controle de Joey sobre as teclas empresta uma
atmosfera mais leve em sua própria "Sunday Waltz", como injeta
entonações mais profundas em "Chelsea Bridge" de Billy Strayhorn. Fundamentado
no crescente vigor das noves faixas do CD “Countdown” (há uma faixa extra, "Freedom
Jazz Dance" de Eddie Harris disponível via I-Tunes), a amplitude do
sentimento é um reflexo direto do aprendizado de Alexander e o natural
conhecimento de suas raízes.
Não surpreendentemente, entretanto, os momentos que ele
causa a mais profunda impressão são aqueles dentro de "Smile” de Charlie
Chaplin. Aqui o jovem evidencia uma profundidade emocional que vai além dos
seus anos e nisto repousa a fonte da sua nascente.
Faixas:
City Lights; Sunday Waltz; Countdown; Smile; Maiden Voyage; Criss Cross;
Chelsea Bridge; For Wee Folks; Soul Dreamer.
Músicos: Joey Alexander: piano; Larry Grenadier: baixo (3-6,
8, 9); Dan Chmielinski: baixo (1,2,7); Ulysses Owens, Jr.: bateria; Chris
Potter: saxofone soprano (5).
Para conhecer um pouco deste trabalho, assistam ao vídeo
abaixo:
Fonte: Doug Collette (AllAboutJazz)
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