Mais de 75 anos removido da sua ruptura, o falecido Benny
Goodman permanece o mais importante clarinetista na história do jazz, e um dos
mais bem-sucedidos líderes de orquestra. Ainda hoje, a despeito daquele status
folgazão, ele é frequentemente negligenciado, Oran Etkin aponta, um pouco, para
remediar com este novo trabalho. É decididamente um caminho diferente, cujo
lançamento anterior, “Gathering Light”, de 2014, influências exploradas da África,
Ásia e da sua nativa Israel: Etkin, que toca clarinete, clarinete baixo e saxofone,
expressam em suas notas para o disco uma longa afinidade com Goodman, que
também era filho de imigrantes judeus.
A “reimaginação” do subtítulo é a chave aqui: Etkin o núcleo
da sua banda - o pianista Sullivan Fortner, o vibrafonista Steve Nelson e Matt
Wilson na bateria – não têm interesse em imitar os sons e a estética dos anos
30 e 40. A composição de Louis Prima, “Sing, Sing, Sing”,o modelo principal de Goodman,
que encerra o álbum oficialmente (apesar de ser seguida no CD por uma não
listada “Moonglow”), dura metade dos seus três minutos a mais, evitando o completo
tema familiar. Fortner, Nelson e Etkin dispõem uma simples, quase clássica
melodia e entalha outros finais antes dos incentivos dos toques de Wilson
através das peculiaridades da música. “Where or When” de Rodgers e Hart, elegante,
fluindo de forma fácil e sem bateria, e “Dinah” com seu ritmo fraturado, são
mundos à parte de alguma coisa que Goodman deveria invocar, embora “King Porter
Stomp” de Jelly Roll Morton, que se sentirá à vontade com o ajuntamento retrô
com a sua alegria embasada no ragtime.
Em outras duas faixas, “Why Don’t You Do Right” e“After You’ve
Gone”, cada uma apresentando o vocal da estrela em ascensão, Charenee Wade, são
de polos opostos temperamentalmente: A primeira como sons de galope fortuitos, com
pouco respeito pela convenção. A segunda é um padrão “brilho sob reduzido blues”.
É uma questão apta sobre se Goodman também sentiria este arranjo. Porém, o
tempo de uma hora chega ao final, Etkin e seu grupo cumpriram sua tarefa de
utilizar Goodman como catalisador para redescoberta e visualização.
Faixas:
Prelude; Dinah; Why Don't You Do Right; Running Wild; When Every Voice Shall Sing;
What's New; Brink; King Porter Stomp; After You've Gone; Be Good Lady; Where Or
When; Sing, Sing, Sing.
Músicos: Oran Etkin; clarinete, clarinete baixo, saxofone
tenor; Sullivan Fortner: piano; Steve Nelson: vibrafone; Matt Wilson: bateria;
Charenee Wade: vocal (3, 9).
Para conhecer um pouco deste trabalho, assistam ao vídeo
abaixo:
Fonte: Jeff Tamarkin (JazzTimes)
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