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sábado, 30 de junho de 2018

PETE McCANN – RANGE (Whirlwind Recordings Ltd)


Em “Range”, sua quinta gravação como líder, o antigo guitarrista de Nova York, Pete McCann, impulsiona seu talento composicional além de limites exteriores. Na abertura do jogo, a estética é empacotada nestas 10 faixas inéditas, que nem sempre efetivam uma audição casual, mas o álbum resultante, contudo, não é uma experiência intrigante e altamente recompensadora.

“Dyad Changes” solidamente exemplifica o espírito exploratório de McCann. Influenciado pelo trabalho de 12 entonações do pioneiro Anton Webern, a faixa mistura uma batida inflexível e firmemente encrespada em tom menor com espaço funk de Henry Hey no Fender Rhodes. “Numinous” estende a música serial, as esparsas notas acústicas de McCann entrelaçada com frases misteriosas não resolvidas de Hey e pratos sutis esmaecidos pelo baterista Mark Ferber. Fazendo piruetas com a graça do estilo rítmico indiano na sombria “Seventh Jar”, enquanto “Bridge Scandal”, inspirada pela recente controvérsia de New Jersey, Bridgegate, encontra McCann fluindo livremente com alguma séria fragmentação do rock, enquanto o saxofonista alto John O’Gallagher pranteia com insistência impetuosa. Em “Mustard”, o álbum mais estilisticamente expansivo oferecendo agrupamentos de interjeições entalhadas de abstrações McCann dentro de um manifesta agilidade melódica de O’Gallagher e Hey (aqui no órgão). De lá, Hey sola comoventemente, McCann deixa fluir as suas frases blueseiras na gravação, e a ponte inesperadamente evoca a boa vibração metálica de uma banda de programa de entrevista de final de noite.

É quando McCann penetra na veia, populista ainda que musicalmente vital, para que “Range” seja mais audível. A brava pureza da entonação de O’Gallagher em “Kenny”, um tributo ao falecido trompetista Kenny Wheeler (um mentor de McCann), amarrando as arestas, e a elegância suave de Ferber, que conduz a propulsão de “Rumble”. Na maioria do álbum, o baixista Matt Clohesy voa sob o radar, porém ele exibiu fortes efeitos em duas baladas, a meditativa agridoce “Mine Is Yours” com McCann e Hey sutilmente embelezando os contornos de profunda entonação de Clohesy, e “To the Mountains” um ecoante e fragmentado ácido country para a ambiência de deserto.

Faixas: Kenny; Seventh Jar; Realm; To The Mountains; Mustard; Dyad Changes; Numinous; Bridge Scandal; Rumble; Mine Is Yours.

Músicos: Pete McCann: guitarra elétrica e violão; John O'Gallagher: saxofone alto; Henry Hey: piano, Rhodes e órgão; Matt Clohesy: baixos elétrico e acústico; Mark Ferber: bateria.

Fonte: Matt R. Lohr (JazzTimes)

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