"Firmeza" é a palavra prontamente vem à mente para
descrever o toque desta banda. Para “Reflections”, seu décimo lançamento como
líder para o selo holandês, Criss Cross,
o trombonista Conrad Herwig reuniu forças com o saxofonista tenor russo Igor
Butman como colíder. Compondo a linha de frente com o extraordinário
trompetista Alex Sipiagin, um nome muito familiar para qualquer um que
acompanha os lançamentos da Criss Cross.
A música neste disco, belamente gravada e mixada por Michael Marciano, cai na
maioria das vezes na categoria "straight-ahead"
e fia-se nos talentos excepcionais dos instrumentistas e na química que
estabelecem para trazer excitamento à música.
O programa consiste em cinco composições inéditas de Herwig,
duas de Butman e a suingante tomada de "Who Cares?" de Gershwin. Os
três instrumentistas misturam-se bem e complementam-se como um som que, às
vezes, é reminiscente do clássico de Shorter/Hubbard/Fuller corporificado pelo The Jazz Messengers. Também, neste
espírito, cada um dos instrumentistas de sopro parece ávido por expor sua peça
e liderar a banda em nova direção. Em cinco das oito músicas, Butman comanda o solo
e nunca falha em imprimir com seu vigor, entonação sombria e frases longas e
coerentes que incendeiam com um fogo abrandado. Herwig segue adaptando com
solos que frequentemente culminam com ágeis exibições acrobáticas de agilidade
no alto registro do trombone. Sipiagin também cresce magnificamente na ocasião
e contribui com alguns solos bem elaborados.
Com tamanha vigorosa seção de instrumentos de sopro, alguém
deve pensar que a seção rítmica desapareceria ao fundo em uma gravação como
esta, mas, certamente, não é este o caso em “Reflections”. O pianista David
Kikoski oferece solos bem-sucedidos no emparelhamento da intensidade e destreza
dos instrumentistas de sopro (seu solo em "King of the Mountain" é um
dos pontos altos do álbum), mas seu magnificente acompanhamento merece a maior
atenção. Suas escolhas nos toques são constantemente instruídas pelos solistas
e pela seção rítmica e suas reações espertas mantêm a música consistentemente
atrativa. O mesmo pode ser dito do baterista Jeff "Tain" Watts, que
oferece sons, que frequentemente parecem que está usando um terceiro braço. O
toque de Watts é ativo, mas é sempre saboroso e eleva o nível do toque do resto
da banda. Está claro que o baixista Kenny Davis está ouvindo o resto da banda
atentamente e atua admiravelmente como acompanhante.
Suíngue é o sentimento dominante da sessão, mas há poucas
exceções. A segunda faixa, "King of the Mountain", tem um moderno
sentimento e é uma das faixas superiores do trabalho, com os solistas fazendo
alguns dos seus melhores trabalhos. A faixa título é delicada, saborosamente
feita como balada. Como seu nome indica, "Samba De Igor", tem um
relaxado toque brasileiro e "Olvidame" de Herwig, que (se julgando
pelo título) alguém deve esperar ter um sentimento latino, é, verdadeiramente,
puro funk. De ponta a ponta, a habilidade e a simpatia apresentadas nesta
gravação é uma experiência recompensadora, que é válida para diversas audições.
Faixas: Falling Out; King of the Mountain; Wingspan;
Reflections; Olvidame; Who Cares?; Samba De Igor; Big O's Blues.
Músicos: Alex Sipiagin: Trompete, Flugelhorn; Igor Butman:
Sax Tenor; Conrad Herwig: Trombone; David Kikoski: Piano; Kenny Davis: Baixo;
Jeff "Tain" Watts: Bateria
Fonte: Andrew Luhn (AllAboutJazz)
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