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domingo, 1 de julho de 2018

CONRAD HERWIG / IGOR BUTMAN – REFLECTIONS (Criss Cross)


"Firmeza" é a palavra prontamente vem à mente para descrever o toque desta banda. Para “Reflections”, seu décimo lançamento como líder para o selo holandês, Criss Cross, o trombonista Conrad Herwig reuniu forças com o saxofonista tenor russo Igor Butman como colíder. Compondo a linha de frente com o extraordinário trompetista Alex Sipiagin, um nome muito familiar para qualquer um que acompanha os lançamentos da Criss Cross. A música neste disco, belamente gravada e mixada por Michael Marciano, cai na maioria das vezes na categoria "straight-ahead" e fia-se nos talentos excepcionais dos instrumentistas e na química que estabelecem para trazer excitamento à música.

O programa consiste em cinco composições inéditas de Herwig, duas de Butman e a suingante tomada de "Who Cares?" de Gershwin. Os três instrumentistas misturam-se bem e complementam-se como um som que, às vezes, é reminiscente do clássico de Shorter/Hubbard/Fuller corporificado pelo The Jazz Messengers. Também, neste espírito, cada um dos instrumentistas de sopro parece ávido por expor sua peça e liderar a banda em nova direção. Em cinco das oito músicas, Butman comanda o solo e nunca falha em imprimir com seu vigor, entonação sombria e frases longas e coerentes que incendeiam com um fogo abrandado. Herwig segue adaptando com solos que frequentemente culminam com ágeis exibições acrobáticas de agilidade no alto registro do trombone. Sipiagin também cresce magnificamente na ocasião e contribui com alguns solos bem elaborados.

Com tamanha vigorosa seção de instrumentos de sopro, alguém deve pensar que a seção rítmica desapareceria ao fundo em uma gravação como esta, mas, certamente, não é este o caso em “Reflections”. O pianista David Kikoski oferece solos bem-sucedidos no emparelhamento da intensidade e destreza dos instrumentistas de sopro (seu solo em "King of the Mountain" é um dos pontos altos do álbum), mas seu magnificente acompanhamento merece a maior atenção. Suas escolhas nos toques são constantemente instruídas pelos solistas e pela seção rítmica e suas reações espertas mantêm a música consistentemente atrativa. O mesmo pode ser dito do baterista Jeff "Tain" Watts, que oferece sons, que frequentemente parecem que está usando um terceiro braço. O toque de Watts é ativo, mas é sempre saboroso e eleva o nível do toque do resto da banda. Está claro que o baixista Kenny Davis está ouvindo o resto da banda atentamente e atua admiravelmente como acompanhante.

Suíngue é o sentimento dominante da sessão, mas há poucas exceções. A segunda faixa, "King of the Mountain", tem um moderno sentimento e é uma das faixas superiores do trabalho, com os solistas fazendo alguns dos seus melhores trabalhos. A faixa título é delicada, saborosamente feita como balada. Como seu nome indica, "Samba De Igor", tem um relaxado toque brasileiro e "Olvidame" de Herwig, que (se julgando pelo título) alguém deve esperar ter um sentimento latino, é, verdadeiramente, puro funk. De ponta a ponta, a habilidade e a simpatia apresentadas nesta gravação é uma experiência recompensadora, que é válida para diversas audições.

Faixas: Falling Out; King of the Mountain; Wingspan; Reflections; Olvidame; Who Cares?; Samba De Igor; Big O's Blues.

Músicos: Alex Sipiagin: Trompete, Flugelhorn; Igor Butman: Sax Tenor; Conrad Herwig: Trombone; David Kikoski: Piano; Kenny Davis: Baixo; Jeff "Tain" Watts: Bateria

Fonte: Andrew Luhn (AllAboutJazz)

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