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domingo, 22 de julho de 2018

RICHIE COLE ALTO MADNESS ORCHESTRA – THE MANY MINDS OF RICHIE COLE


O saxofonista alto Richie Cole vive e atua em um anacronismo e o tem feito, defensavelmente, desde sua primeira aparição fora da Berklee School of Music em um palco como solista da Buddy Rich Big Band nos anos 1970.

Embora muitos dos seus contemporâneos estivessem seguindo a orientação de Chuck Berry e The Beatles, Cole estava enamorado pela música de Charlie Parker e dos discípulos iniciais de Bird como Phil Woods e Julian "Cannonball" Adderley.

Desde que ele atuou com sucesso junto ao vocalista Eddie Jefferson e, após a sua intempestiva morte, em seu próprio prototípico “garoto mau do jazz”. Há uma espécie de olhar selvagem com senso de humor nas frequentes excursões do alto de Cole e ele é apresentado imperturbavelmente em “The Many Minds of Richie Cole”.

Não só não há coerência no tema desta apresentação, assim como Cole e seus companheiros se comprazem com ela. Sua agregação não é chamada Alto Madness Orchestra (AMO) à toa e o grupo está loucamente fora do mapa aqui. 

Cole passou a ser fascinado com arranjos nos recentes anos que passaram e a AMO é a grande parte deste plano geral. Ele tem um número de arranjos singulares, escritos para um octeto com o intento de emular uma grande orquestra.

Pequenas “orquestras” não são nada de novo. Basie, Ferguson e Goodman fizeram trabalhos similares, a maioria como redução de custos. Porém, para Cole, isto é um aprofundamento, já que ele é conhecido majoritariamente pelas suas performance e gravações com pequenos grupos. A AMO soa grande sem ser densamente ressonante. Há algumas boas e ágeis passagens, além de profusão de campo para os solistas, que vão do bom ao soberbo. O próprio Cole é o mais proeminente.

O álbum inicia com "On A Clear Day" com uma batida animada, uma vocalização sorridente de Cole, seguido por um exuberante solo do sax alto. Cole está obviamente feliz, adicionando um pouco de observações próprias na letra.

Em "Venus", o sax alto de Cole sobre um delicado tapete de metais em um tempo médio latino. Esta música é um pouco reminiscente de um baile noturno estudantil, mas um breve solo com influência de Parker recupera-o da possibilidade de se tornar muito sentimental.

"Plan 9 From Outer Space" é um opus de nove minutos que inicia com alguns assombrosos efeitos sonoros, e mesmo o fraseado parecem sugerir outra sensibilidade do mundo, com mais que uma indireta a uma trilha sonora de ficção científica. O arranjo é quase estilo Kenton, com robustos acordes e, ocasionalmente, uma orquestração excessiva em demasia

Finalmente segue em ritmo de rock e Cole sai dos limites do bop, exibindo uma apreciação por Eric Dolphy.

"Sunset's Theme" está feliz e agitada em tonalidade em clave maior. Cole está na plenitude do bebop como se ele navegasse através das mudanças, fixando corretamente a melodia. Rick Matt segue com o primeiro de diversos vigorosos solos no tenor, influenciados por Rollins.

"They All Laughed" destaca a cantora Samantha St. John, que faz um trabalho digno de crédito neste velho standard. Há também um curto solo de Cole e do trombonista Reggie Watkins.

"Daddy Was A Pimp" é uma agradável inédita de Cole com uma forte batida por trás. Cole outra vez sai um pouco do roteiro, mostrando que não está prisioneiro ao bebop. Matt retorna para uma longa apresentação no sax barítono, mas ele soa um pouco forçado e desconfortável.

"The Common Touch" é uma música que Cole tocou durante seus dias em excursão com o vocalista Jefferson. Suas raízes no bebop são plenamente exibidas.

"Moody's Mood for Love" – foi um hino de Jefferson, que Cole toca trequentemente em memória do seu querido amigo e colega. Carey Jefferson Evans soa muito mais como seu homônimo.

"Shadow Man" é um aceno em tom menor, estalando os dedos, para melodias jazzistas comuns a exibições de espiões e detetives. Há mesmo uma breve citação de "Pink Panther Theme".

Matt inicia as coisas com um solo reminiscente de Rollins em "Alfie's Theme". Watkins faz um passeio na essência, seguido por uma forte exibição do trompetista Joe Badaczewski.

"Pittsburgh Connection" é uma tranquila suingante canção blueseira. Watkins inicia corajosamente com uma alusão de J.J. Johnson. Cole segue, então, uma guitarra solo, muito orientada pelo rock, por parte da Mark Lucas Band.

"Thank You Phil Woods" é uma homenagem em tempo médio para o falecido grande altoísta, que compartilhou o mesmo alto furioso, que Cole epitomiza. Nenhum solos reais, apenas uma calorosa banda e uma saltitante nota verbal do líder.

"Julian's Theme" soa como algo de Sesame Street. Uma simples e divertida melodia que Cole dá um caráter do bop.

"Deep In The Heart of Pittsburgh" tem alusão a "Freedom Jazz Dance", antes transitando em um tempo médio de samba. Matt tem sua melhor atuação aqui, construindo um feérico crescendo tenor.

"I Have A Home in Pittsburgh" é a única balada real do CD. Cole toca, realmente, um alto sincero, expressando seu amor pela sua terra de adoção, elevando-se sobre uma densa fundação de metais e palhetas.

The Village People's "YMCA" é circular, apenas, para tornar mais leve o humor. O grupo vocal soa como descartável brincadeira de uma festa estudantil.

Cole tem gravado prolificamente desde que ele migrou para Pittsburgh, Pennsylvania, poucos anos atrás. Encontrou um círculo social de seguidores do bebop em sua vizinhança, assim ele encontrou um lar para se fixar. 

Este álbum é uma boa representação para a habilidade de Cole compor e arranjar, enquanto nos lembra da sua voz no alto com raízes nos anos 1940, que ainda permanecem relevantes e divertidas atualmente.

Faixas: On A Clear Day; Venus; Plan 9 FromOuter Space; Sunset'sTheme; theyAllLaughed; Daddy Was A Pimp; The Common Touch; Moody's Mood For Love; Shadow Man; Pittsburgh Connection; thankYou Phil Woods; Julian'sTheme; Deep In The Heart Of Pittsburgh; I have A Home In Pittsburgh; YMCA.

Músicos: Richie Cole: sax alto, vocal(1); Reggie Watkins: saxes tenor e barítono; J.D. Chiasson: trompete (4,6,10,11,13, 14, 15); Joe Badaczewski: trompete (1,2,3,4,8,9,12); Patrick Whitehead: piano; Eric Susoeff: guitarra (6,7,11,13); Mark Lucas: guitarra (10,13); James Popik: guitarra(15); Mark Perna: baixos acústico e elétrico; Vince Taglierie: bateria(1,12,14,15); George Heid III: bateria (12); George Jones: conga(2,4,9,13,14); George HeidIII: conga(13); George Heid III: bongos (3,15); Samantha St. John: vocal(5); Carey Jefferson: vocal(8); Reni Monteverde: vocal(8); Jim Barr: fender Rhodes(10); Ben Opie: theremin (3): David Leif Gerjouy: washboard(15); Richie Cole, Reggie Watkins, Rick Matt, J.D. Chaisson, Patricke Whitehead, Jim Barr, Alex Otey, Davied Leif Gerjouy, Vince Taglieri, James Popik: coro (15)

Fonte: Rob Rosenblum (AllAboutJazz)

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