Bastante frequente, gravações de piano solo sentem-se como
uma manifestação mais ampla despojada de sua amplitude. O pianista segue as
mesmas regras que deveriam ser aplicadas a outros músicos presentes. “Cub(an)ism”
de Aruán Ortiz não poderia ter sido feito com acompanhantes. Como a arte visual
com o qual seu título brinca, a música aqui é frequentemente desmantelada e
reformulada em modos estonteantes, todos dissociados das formas e ângulos
acrobáticos e rearranjando com algo mais. Os momentos “logo vi” nestas 10
composições e improvisações — o primeiro lançamento solo do pianista desde sua
estreia em 1996, “Impresión Tropical” — tende a ocorrer de forma completa e considerável,
mesmo se os componentes parecem desprendidos ou desajustados. O imprevisto Ortiz,
no voo temático passa por uma completa viagem de recreio. Ele segue sua
fantasia e reflexão com um ouvido através do que está à frente, confiante que o
ouvinte realmente alcançará. Há uma plenitude e riqueza para suas execuções, algo
dolorido para – como os Cubistas fizeram —nos fazer repensar o contexto.
A influência cubana, em si, é menos manifesta, dado o título
e o pedigree de Ortiz. Um nativo da
ilha, ele tem sempre feito um ponto de esboço nas linhas diretas de sua terra
natal. Aqui, mesmo na exibição exemplar de uma maratona dentro de um esquema
barroco de “Cuban Cubism” e a consideravelmente menor, mas não menos audaciosas,
“Sacred Chronology” e “Monochrome (Yubá)”, Ortiz remodela os materiais brutos
de sua arte em sua própria imagem. É um material excelente.
Faixas: Louverture Op. 1 (Château de Joux); Yambú; Cuban
Cubism; Passages; Monochrome (Yubá); Density (Golden Circle); Dominant Force;
Intervals (Closer to the Edge); Sacred Chronology; Coralaia.
Fonte: Jeff Tamarkin (JazzTimes)
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