playlist Music

sexta-feira, 24 de agosto de 2018

ARUÁN ORTIZ – CUB(AN)ISM (Intakt Records)


Bastante frequente, gravações de piano solo sentem-se como uma manifestação mais ampla despojada de sua amplitude. O pianista segue as mesmas regras que deveriam ser aplicadas a outros músicos presentes. “Cub(an)ism” de Aruán Ortiz não poderia ter sido feito com acompanhantes. Como a arte visual com o qual seu título brinca, a música aqui é frequentemente desmantelada e reformulada em modos estonteantes, todos dissociados das formas e ângulos acrobáticos e rearranjando com algo mais. Os momentos “logo vi” nestas 10 composições e improvisações — o primeiro lançamento solo do pianista desde sua estreia em 1996, “Impresión Tropical” — tende a ocorrer de forma completa e considerável, mesmo se os componentes parecem desprendidos ou desajustados. O imprevisto Ortiz, no voo temático passa por uma completa viagem de recreio. Ele segue sua fantasia e reflexão com um ouvido através do que está à frente, confiante que o ouvinte realmente alcançará. Há uma plenitude e riqueza para suas execuções, algo dolorido para – como os Cubistas fizeram —nos fazer repensar o contexto.

A influência cubana, em si, é menos manifesta, dado o título e o pedigree de Ortiz. Um nativo da ilha, ele tem sempre feito um ponto de esboço nas linhas diretas de sua terra natal. Aqui, mesmo na exibição exemplar de uma maratona dentro de um esquema barroco de “Cuban Cubism” e a consideravelmente menor, mas não menos audaciosas, “Sacred Chronology” e “Monochrome (Yubá)”, Ortiz remodela os materiais brutos de sua arte em sua própria imagem. É um material excelente.

Faixas: Louverture Op. 1 (Château de Joux); Yambú; Cuban Cubism; Passages; Monochrome (Yubá); Density (Golden Circle); Dominant Force; Intervals (Closer to the Edge); Sacred Chronology; Coralaia.

Fonte: Jeff Tamarkin (JazzTimes)

Nenhum comentário: