Produzido como suporte da French American Jazz Exchange, “Dada People” é a peã do trompetista
Dave Douglas e do pianista Frank Woeste para o fotógrafo surrealista Man Ray (ele
é o cavalheiro com olhar fixo na foto da capa, ao lado do companheiro
surrealista Salvador Dalí). Embora estas 10 faixas nunca alcancem, ou mesmo
realmente tentem, a altura da histeria abstrata encontrada, é importante arte
dadaísta, há ainda bastante inspiração, paixão e estilo nesta música para
satisfazer ouvintes de qualquer inclinação estética.
Douglas e Woeste uniformemente dividem obrigações aqui, aquelas
que eles criam apresentando uma frequente mistura divertida de classicismo e
mais noções exploratórias. “Transparent” de Douglas lança-se em fragmentação
pontilhista; Woeste cintila nos registros mais elevados do seu teclado antes de
batalhar com Douglas, mergulhando-e-arremessando
com o baixista Matt Brewer e acalmando o tumultuoso baterista Clarence Penn.
“Noire et Blanche” do pianista oferece amplo anteparo no ritmo funk e acompanhamentos improvisados em
estilo de guitarra no Fender Rhodes de Woeste, embora este instrumento deslize
graciosamente em torno das linhas ágeis da surdina de Douglas na composição do
trompetista,“Spork”. “Mains Libres” de Woeste liga suave suingue entre o trompete
e o piano à potente e insondável harmonia na estrutura de Penn. Estimula
aguçados solos de Brewer e Woeste, que incendeiam a tranquilamente teimosa
“Danger Dancer”.
A despeito das mais óbvias inspirações, “Dada People” está
em sua mais poderosa configuração com outro artista da tradição artística
francesa, noir. “Oedipe” de Douglas
mistura agridoce atmosfera de instrumentos de sopro com o piano minimalista
inspirado no piano de Satie, e “Emergent” do trompetista encontram estripulias
harmônicas de Woeste e Penn dando o caminho para polidas linhas dos sopros e um
saboroso solo de Brewer. “Montparnasse”, a ode de Woeste para a musa de Ray, Alice
Prin, é alternativamente desconsolada e fortemente romântica, e Brewer encontra
sua mais elegante vitrine no lamento da meia-noite de Douglas em “Longings and
Illusions”. Mesmo quando seu som é mais Raymond Chandler que Man Ray, “Dada
People” é estimulante e desfrutável.
Faixas
1 Oedipe 6:17
2 Mains Libres 6:14
3 Spork 7:32
4 Montparnasse 6:47
5 Transparent 6:55
6 Art of Reinvention 8:51
7 Emergent 5:42
8 Noire et Blanche 3:40
9 Longings and Illusions 5:42
10 Danger Dancer 5:17
Fonte: Matt R. Lohr (JazzTimes)
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