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domingo, 26 de agosto de 2018

MICHAEL DEASE – FATHER FIGURE (Posi-Tone Records)


Recompensação na frente é um dado no jazz. Antes da música ser benvinda nas instituições de torre de marfim e codificada para consumo de salas de aula em todos os níveis, músicos experimentados estavam compartilhando seu conhecimento duramente obtido com jovens mais ambiciosos em coretos e porões, servindo como guia, exemplos, estimuladores e professores, tudo de uma vez. Estes experimentados instrumentistas foram figuras musicais consideradas como pais, ajudando as próximas gerações e juntando-se a eles na pesquisa, e este é o papel que o trombonista Michael Dease aspira neste seu terceiro trabalho para a   Posi-Tone e seu sétimo lançamento no total.

Os instintos paternais de Dease, sem dúvida, desenvolvidos por saltos e ricochetes desde que ele tomou um papel mais amplo na educação do jazz na Michigan State University e veio a ser um pai de si mesmo. Ambas as experiências alimentam a necessidade de Dease para fazer parte da travessia da ponte do intervalo entre gerações e amortecer as linhas divisórias destes que estão em ascensão. Ou é ao menos o que este álbum parece dizer. Antes que construa uma banda unicamente em torno quantidades conhecidas para este trabalho, Dease decidiu bater de leve dentro de uma corrente de músicos que estão prontos e ansioso para se moverem. Todas as suas escolhas neste departamento provam sabedoria. A baixista Endea Owens é a maior revelação aqui, possuindo uma batida maravilhosamente ampla, um incrivelmente fino alcance interno, uma entonação em passo perfeito e sólida técnica. Então há o baterista Luther Allison, um instrumentista plenamente capaz de trabalhar bem em ambientes suaves e agitados, e os saxofonistas alto Markus Howell e Immanuel Wilkins, homens fortemente antenados, que trabalham bem juntos e separados. Adicione-se a esta lista dois músicos estabelecidos — o vibrafonista e companheiro de selo Behn Gillece e o pianista Glenn Zaleski—e você tem um sólido grupo pronto para a ação. 

As onze faixas apresentadas pela banda tocam no velho e no novo. Há músicas inéditas, canções de “The Music Man”, vencedores como o trompetista Claudio Roditi e o falecido pianista e educador Mulgrew Miller, e clássicos do repertório do saxofonista Charlie Parker e do trombonista Grachan Moncur III. Este grupo prova ser adepto de manejar tudo. Eles exploram os veios do blues ("Church Of The Good Hustler", "Riff Raff" de Moncur), junto com o bop com o melhor deles ("Confirmation" de Parker), nadam nas vigorosas correntes brasileiras ("Annette's For Sure" de Roditi) e capturam a pura beleza embutida na música ("Till There Was You"). Todos têm chance de brilhar, mas é Dease que brilha mais forte. Sua entonação amanteigada, proficiência monstruosa e impecável senso de musicalidade conduzem a trilha. Ele estabelece a altura do limite aqui, como qualquer pai faria, e seus companheiros de banda crescem com o desafio.

Faixas: Church Of The Good Hustler; Brooklyn; Cry Of The Wolf; The Pursuit For Inspiration; Confirmation; Riff Raff; Annette's For Sure; Marian The Librarian; Wingspan; Til There Was You; Father Figure.

Músicos: Michael Dease: trombone; Behn Gillece: vibrafone; Glenn Zaleski: piano; Endea Owens: baixo; Luther Allison: bateria; Markus Howell: saxofone alto (1, 4, 5, 6, 7, 9); Immanuel Wilkins: saxofone alto (1, 2, 3, 5).

Para conhecer um pouco deste trabalho, assistam ao vídeo abaixo:

 
Fonte: Dan Bilawsky (AllAboutJazz)

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