
O álbum inclui joias da lendária carreira de Martino, melhor
descrita em sua autobiografia, “' Here and Now (Backbeat Books, 2011)”, coescrita
com Bill Milkowski. A carreira inclui seus dias iniciais no Harlem e com o
quinteto de Willis "Gator" Jackson, onde ele provou a si mesmo, que
era um fenômeno na guitarra; seu início de maturidade durante a era psicodélica;
seu retorno milagroso à completa forma após uma devastadora malformação
artério-venosa em seu cérebro e consequente cirurgia, da qual ele retornou e aprendeu a tendência do século e o toque pós-Coltrane, atuando com
diversos indivíduos e grupos e durante os últimos anos, arrumando seu trio de
órgão com Pat Bianchi no órgão e Carmen Intorre, Jr. na bateria, excursionando
extensivamente e adicionando Alex Norris, Jr. no trompete e Adam Niewood no
saxofone tenor para formar a finamente afiada banda do presente álbum.Esta
gravação é, consequentemente, um olhar para trás, utilizando algumas icônicas
composições de Martino, músicas reconhecidas de Joey Calderazzi , Hank Mobley e
Gerry Niewood, e standards de Charles
Mingus, Dave Brubeck e Duke Ellington.
O toque de Martino é, como sempre, impecável e, às vezes,
estonteante, mas, aqui, ele se coloca diretamente no contexto do seu quinteto,
com "oportunidade igual" para as performances dos sopros e órgão. O
resultado é um trabalho excepcional da banda inteira, esporeada pela segurança
do guitarrista, arranjos belamente estruturados, e o articulado e adaptável
toque da bateria de Intorre. O volume da guitarra de Martino é atenuado e
suavizado levemente, enfatizando a simplicidade e o lirismo sobre o valor do
impacto. O álbum, deste modo, providencia um especial vislumbre do que Martino pode
fazer para modelar uma banda. Ele desenvolveu genuína harmonia com seus músicos.
Martino brilha não como a força dominante, mas pela virtude da máxima de Mahatma
Ghandi : "Eu devo segui-los, para que eu os lidere".
A primeira canção é "El Nino" de Calderazzi, que é
uma favorita do saxofonista Michael Brecker. Saxofone, trompete e guitarra
exprimem uma elegante melodia em uníssono, e então, graças ao impecável órgão
complementar de Bianchi, o distinto sentimento emerge da soul music do quinteto de Willis Jackson, que apresentou Martino e
o organista Carl Wilson nos anos 1960. Aquele grupo, que nasceu com Martino, será
reunido na maioria das faixas subsequentes.
"Hipsippy Blues" de Mobley providencia um perfeito
veículo para o soul blues para
continuar e laborar um tributo para Willis Jackson. O saxofone de Niewood é
puro soul blues, mas o solo de
trompete de Norris que precede, tem um moderno sentimento modal. Esta interação
entre o toque blues e post-bop continua ao longo do álbum. Ecos do órgão de Bianchi, ecoa Wilson no disco
“Willis Jackson with Pat Martino (Prestige, 1964)”.
"Homage" ao pai do músico Niewood , Gerry Niewood,
consiste na passagem de uma terça menor para uma tônica nas duas notas da canção,
permitindo rica improvisação. Assim Martino mantem-se solto e criativo em seu solo,
Norris e Bianchi realiza solos virtuosos, e nós ouvimos Bianchi alegre, expressando-se
ativamente em registro alto.
Em adição a outros trabalhos seus, Martino é verdadeiramente
um dos maiores intérpretes de baladas. Aqui, ele interpreta "Duke
Ellington's Sound of Love” de Charles Mingus, atentamente, e o volume é
calmante. Todas as linhas da improvisação de Martino para esta faixa são
memoráveis.
O clássico de Martino, "El Hombre", é da sua
gravação de estreia como líder, o álbum de 1967, pela Prestige, com o mesmo nome. Nesta interpretação, que é tão moderna
quanto em qualquer momento, e Martino apresenta um dos seus icônicos e
estonteantes solos. Em contraste, o
standard de Brubeck, "In
Your Own Sweet Way", é feito estritamente dentro da tradição sem a ênfase
da alma do blues. Suinga
levemente como Brubeck intencionava.
"Nightwings"
(Martino) do álbum de Martino para a Muse
em 1996, com o mesmo nome, é eternamente simbólico do retorno dele após sua
recuperação do aneurisma. O solo de Niewood é uma expedição especialmente
inventiva.
Em "In
a Sentimental Mood" de Ellington, Martino tortura você suavemente com esta
canção. É o bastante para dizer.
A faixa de
conclusão, "On the Stairs", é outra clássica de Martino, desta vez do
seu álbum, “Consciousness (Muse, 1975)”. O solo de Martino daquela gravação tem
sido transcrito repetidamente para estudo, e não é de admirar. Martino estava
fazendo um grande trabalho inovador nesta época. Esta é a pura “assinatura” de Martino.
A música e seu toque parecem espalhar-se por carreira inteira em técnica,
estilo e textura, e a influência do seu heroi, Wes Montgomery.
Para
sumarizar, este álbum é leonino, não apenas como uma ataque frontal quanto um
trabalho de um artista consagrado como Martino e seu grupo. Ele recapitula o
que foi feito antes, mas com um senso de novo alvorecer. "O sol também se
levanta, e depois se põe, e há dezenas de locais onde ele surge"
Faixas: El
Nino (J. Calderazzi); Hipsippy Blues (H. Mobley); Homage (G. Niewood); Duke
Ellington’s Sound of Love (Mingus); El Hombre (Martino); In Your Own Sweet Way
(Brubeck); Nightwings (Martino); In a Sentimental Mood (Ellington); On the Stairs
(Martino).
Músicos: Pat Martino: guitarra; Pat Bianchi: órgão; Carmen
Intorre, Jr.: bateria; Adam Niewood: saxofone tenor (faixas 1,2,3,5,7,9); Alex
Norris: trompete (faixas 1,3,5,7,9; flugelhorn, faixa 2).
Fonte:
Victor L. Schermer (AllAboutJazz)
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