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domingo, 16 de setembro de 2018

ANTÔNIO ADOLFO – ENCONTROS – ORQUESTRA ATLANTICA (AAM Music)


Após quarenta anos trabalhando ao redor do mundo com o “quem é quem” dos instrumentistas do jazz e vocalistas, o celebrado pianista/compositor brasileiro, Antônio Adolfo, realizou um longo sonho de escrever e gravar com uma orquestra de classe mundial e marcante como a Orquestra Atlantica do país natal de Adolfo, formada em 2012, e modelada desde então com uma banda superior plenamente capaz de levar cada pedido e desejo seu.

Em “Encontros”, a Orquestra habilmente interpreta nove composições radiantes de Adolfo e um standard do jazz, "Milestones" de Miles Davis, habilmente arranjado pelo trompetista da Atlantica, Jessé Sadoc (sete faixas) e pelo saxofonista Marcelo Martins (três). Como alguém esperaria, a música ofertada é expressivamente brasileira em entonação e tempero, que coloca uma enorme marca de exclamação no lado cativante do trabalho. No ponto alto, temas de Adolfo —variando do samba, ao frevo e da capoeira à valsa, balada e afro-brasileiro—são invariavelmente encantadoras e charmosas. Impressionante como cada uma é, Adolfo deixa o melhor para o fim: um arranjo para orquestra do seu grande sucesso, "Sá Marina", composto em 1967 e lançado globalmente como "Pretty World" com letra de Alan e Marilyn Bergman. A nova versão expressa solos vistosos por parte de Adolfo e do saxofonista Martins, encrespa os intercâmbios entre o barítono de Levi Chaves e o trombonista Aldivas Ayres, e mais trabalho exemplar da clara gravação da banda.

A abertura, "Partido Samba-Funk", é explicitamente desenhada para ser dançante, bem como audível. O ágil piano de Adolfo é a frente e o centro, ao lado do alto de Danilo Sinna e do trompetista Sadoc. A orquestra está no topo do seu jogo, como em "Atlantica", uma balada em tempo médio com o nome da banda e apresentando Martins e o guitarrista Leo Amuedo, e "Luizão", um samba animado que saúda o falecido baixista Luizão Maia. O vigoroso solo do trombonista de válvula, Serginho Trombone (sim, este é realmente seu nome). O bop encontra o frevo na impulsiva "Milestones", na qual o trabalho seguro da banda e os solos brilhantes dos instrumentos de sopro envolvem os solos de Adolfo e do acordeonista Marcos Nimrichter.

O humor turva em "Saudade", cujos ritmos fluidos sublinham afirmações mais intensas de Adolfo ao piano e do flugelhorn de Sadoc, clareia outra vez em "Capoeira Ya", que destaca uma invulgar dança brasileira, que é combinada com arte marcial tão bem quanto com o ás da guitarra, Nelson Faria. Adolfo atua com o alto de Sinna para incrementar "Africa Bahia Brazil", que celebra as influências da cultura africana e precede a suave "Delicada Jazz Waltz", cujos solos líricos são destramente desenhados por Adolfo e Nimrichter. "Sá Marina" baixa a cortina de um álbum brilhantemente consistente e prazeroso, que passou longo tempo para chegar, mas que valeu a pena a espera.

Faixas: Partido Samba-Funk; Pentatonica; Atlantica; Luizão; Milestones; Saudade; Capoeira Yá; Africa Bahia Brasil; Delicada jazz Waltz; Sá Marina.

Músicos: Antonio Adolfo: piano; Nelson Faria, Claudio Jorge, Leo Amuedo: guitarras; Jorge Helder: baixo; Rafael Barata: bateria; Dada Costa: percussão; Danilo Sinna: saxofone alto e flauta; Marcelo Martins: saxofone tenor e flauta; Marcos Nimrichter: acordeón; Ze Renato: vocal.

Fonte: Jack Bowers (AllAboutJazz)

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