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sábado, 29 de setembro de 2018

BRIA SKONBERG – BRIA


Alguém não pode avaliar um álbum em conformidade com aquilo que não é. Ainda que seja duro livrar-se do fato que Bria, a trompetista e vocalista Bria Skonberg com sua quarta oferenda, tem a deficiência de energia galhofeira dos seus predecessores, como “Into Your Own” em 2014 (sem wah-wah no trompete, sem cantar Jelly Roll Morton em seu instrumento, sem Stevie Wonder ou Led Zeppelin no amálgama aqui). Em vez disto, Skonberg tem feito uma gravação mais sutil e sofisticada que a empurra do “hot jazz” em direção ao pop tradicional.

Em outras palavras, o canto de Skonberg assume o local de destaque. Sua voz sussurrante e provocante, palpavelmente calorosa em “You’re Getting to Be a Habit With Me” e marcantemente expressiva em “Midnight Sun”. Ela também é disciplinada, mantendo uma horizontalidade no exercício vertiginoso do klezmer (NT: Klezmer é um gênero de música não-litúrgica judaica), “Curious Game”.

Há, ainda, bons solos de trompete na maioria das 14 faixas. Ela frequentemente utiliza-os para manter sua conexão com o jazz tradicional, com o manifesto em “From This Moment On”, que contém solo de vibrafone no estilo de Lionel Hampton a partir de Stefon Harris. Além dela ser, primordialmente, sua própria acompanhante. Quando ela toca um longo contraponto introdutório na sua “How Can It Be”, o vocal tem mais distinção para preenchimento por parte do pianista Aaron Diehl e do saxofonista tenor Evan Arntzen. Dois instrumentais, “Egyptian Fantasy” de Sidney Bechet e “Down in the Deep” de Skonberg, sentem-se alinhadas, fora do lugar.

Bria apresenta uma madura e agradável gravação com suingante andar seguro e finos músicos (o baixista Reginald Veal e o baterista Ali Jackson preenchem a seção rítmica). Equilibradamente assume riscos: a arrepiante “My Shadow” deve ser chamada de avant-garde. Porém, reina agradável criatividade no trabalho mais inicial de Skonberg, para a finalidade, talvez, de um perfil tipo Diana Krall. Esta é sua pretensão como artista, mas um fã 1.0 de Skonberg também tem o direito de ficar desapontado.

Faixas

1 Don't Be That Way 4:09           
2 Que Será Será (Whatever Will Be Will Be) 4:13             
3 From This Moment On 5:55   
4 Curious Game 3:26     
5 Trust in Me 4:28          
6 I Was a Little too Lonely (And You Were a Little too Late) 3:55               
7 You're Getting to Be a Habit with Me 3:38      
8 How Can It Be 4:20     
9 Egyptian Fantasy 5:46               
10 My Shadow 3:26      
11 Wear and Tear 4:18
12 Malaguena 6:45        
13 Midnight Sun 5:09    
14 Down in the Deep 6:49

Fonte: Michael J. West (JazzTimes)

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