
Em outras palavras, o canto de Skonberg assume o local de
destaque. Sua voz sussurrante e provocante, palpavelmente calorosa em “You’re
Getting to Be a Habit With Me” e marcantemente expressiva em “Midnight Sun”. Ela
também é disciplinada, mantendo uma horizontalidade no exercício vertiginoso do
klezmer (NT: Klezmer é um gênero de música não-litúrgica judaica), “Curious
Game”.
Há, ainda, bons solos de trompete na maioria das 14 faixas. Ela
frequentemente utiliza-os para manter sua conexão com o jazz tradicional, com o
manifesto em “From This Moment On”, que contém solo de vibrafone no estilo de Lionel
Hampton a partir de Stefon Harris. Além dela ser, primordialmente, sua própria
acompanhante. Quando ela toca um longo contraponto introdutório na sua “How Can
It Be”, o vocal tem mais distinção para preenchimento por parte do pianista
Aaron Diehl e do saxofonista tenor Evan Arntzen. Dois instrumentais, “Egyptian
Fantasy” de Sidney Bechet e “Down in the Deep” de Skonberg, sentem-se
alinhadas, fora do lugar.
Bria apresenta uma madura e agradável gravação com suingante
andar seguro e finos músicos (o baixista Reginald Veal e o baterista Ali
Jackson preenchem a seção rítmica). Equilibradamente assume riscos: a
arrepiante “My Shadow” deve ser chamada de avant-garde.
Porém, reina agradável criatividade no trabalho mais inicial de Skonberg, para
a finalidade, talvez, de um perfil tipo Diana Krall. Esta é sua pretensão como
artista, mas um fã 1.0 de Skonberg também tem o direito de ficar desapontado.
Faixas
1 Don't Be That Way 4:09
2 Que Será Será (Whatever Will Be Will Be) 4:13
3 From This Moment On 5:55
4 Curious Game 3:26
5 Trust in Me 4:28
6 I Was a Little too Lonely (And You Were a Little too
Late) 3:55
7 You're Getting to Be a Habit with Me 3:38
8 How Can It Be 4:20
9 Egyptian Fantasy 5:46
10 My Shadow 3:26
11 Wear and Tear 4:18
12 Malaguena 6:45
13 Midnight Sun 5:09
14 Down in the Deep 6:49
Fonte: Michael J. West (JazzTimes)
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