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domingo, 9 de setembro de 2018

STEFANO BOLLANI – QUE BOM (Alobar)


Os mundos da música italiana e brasileira encontram-se em “Que Bom”, o magistral 43° álbum do pianista Stefano Bollani. Ele possibilita que o seu processo de compor a sua canção impacte o trabalho, liderando um projeto acessível, que cintila com momentos inventivos. Bollani tem um perspicaz senso melódico, que faz estas canções imediatamente virem animadas. A canção de abertura, "Sbucata da Una Nuvola", é uma bela exibição dos talentos de Bollani com uma melodia em duas partes, que começa com rápidas notas simples antes de mover-se das mudanças de acordes para finalizar a frase.

A feliz e afortunada, e também sofisticada atmosfera, realçada pelo uso por parte de Bollani da cuíca, um instrumento percussivo brasileiro, conhecido por um direcionado guincho semelhante a um riso, traz à mente o trabalho do pianista Vince Guaraldi, que tinha similar habilidade para fazer alegre um som complicado. Bollani não está interessado na perfeição musical, como ele ocasionalmente emite em fragmentos de dissonância, remédio para fazer uma colher cheia de açucar ter gosto mais doce. "II GabbianoIschitano", apresentando o maravilhoso cellista brasileiro, Jaques Morelenbaum, distingue-se por ser simples. O mapa desacompanhado de Bollani traça a progressão básica do acorde e a melodia da peça, antes de delicado toque do arco no cello surgir. O medido e elegante acompanhamento de Morelenbaum é um ponto alto da música, ressaltando a mistura, mas nunca sobre o poder dos outros instrumentos.

Um dos atributos de “Que Bom”, que o faz funcionar, é como Bollani traz para fora elementos das suas canções, adicionando variações que mantêm o conjunto de cinco instrumentistas soando moderno ao longo de uma hora e 12 minutos. A alegre "Uomini e Polli" é assistida or uma animada seção de instrumentos de sopro, que perfeitamente complementa a configuração sincopada da bateria de Jurim Moreira. As faixas vocais como "La Nebbia a Napoli," e "Michelangelo Antonioni", apresentando a legenda brasileira, Caetano Veloso, oferece uma ótima mudança de passo, adicionando sabor aos instrumentais, circundando-os. Veloso é mais conhecido como um arquiteto do movimento Tropicália, que fundiu a avant-garde e a tradição brasileira, e seu vocal constrito ajusta-se, perfeitamente, a estas canções. Ele atua para a canção, em vez de objetivar exibir sua própria virtuosidade."Michelangelo Antonioni" é reminiscente das raízes experimentais de Veloso, seu queixume sem palavras estabelece sua mensagem melhor do que qualquer letra faria. 

“Que Bom” é um álbum fantástico e está entre os melhores de Bollani, que está dizendo algo , considerando a quantidade de música de 46 anos da sua carreira. Traz belas melodias e ritmos enérgicos e acomoda-se na experimentação. 

Faixas: Sbucata da una nuvola; Galapagos; Certegiornate al mare; La nebbia a Napoli; Habarossa; Uomini e polli; Ho perdutoil mio pappagallino; Criatura dourada; Michelangelo Antonioni; Accettaretutto; Ravaskia; Olha a brita; Il gabbianoischitano; Aleijadinho lê o Codex Seraphinianusaquì; Nação; Que bom.

Músicos: Stefano Bollani: piano; Jorge Helder: baixo; Jurim Moreira: bateria; Armando Marçal: percussão; Thiago da Serrinha: percussão.

Para conhecer um pouco deste trabalho, assistam ao vídeo abaixo:


Fonte: Matt Hooke (AllAboutJazz)

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