Os mundos da música italiana e brasileira encontram-se em “Que
Bom”, o magistral 43° álbum do pianista Stefano Bollani. Ele possibilita que o
seu processo de compor a sua canção impacte o trabalho, liderando um projeto acessível,
que cintila com momentos inventivos. Bollani tem um perspicaz senso melódico,
que faz estas canções imediatamente virem animadas. A canção de abertura, "Sbucata
da Una Nuvola", é uma bela exibição dos talentos de Bollani com uma
melodia em duas partes, que começa com rápidas notas simples antes de mover-se
das mudanças de acordes para finalizar a frase.
A feliz e
afortunada, e também sofisticada atmosfera, realçada pelo uso por parte de Bollani
da cuíca, um instrumento percussivo brasileiro, conhecido por um direcionado
guincho semelhante a um riso, traz à mente o trabalho do pianista Vince
Guaraldi, que tinha similar habilidade para fazer alegre um som complicado.
Bollani não está interessado na perfeição musical, como ele ocasionalmente emite
em fragmentos de dissonância, remédio para fazer uma colher cheia de açucar ter
gosto mais doce. "II GabbianoIschitano", apresentando o maravilhoso
cellista brasileiro, Jaques Morelenbaum, distingue-se por ser simples. O mapa
desacompanhado de Bollani traça a progressão básica do acorde e a melodia da
peça, antes de delicado toque do arco no cello surgir. O medido e elegante
acompanhamento de Morelenbaum é um ponto alto da música, ressaltando a mistura,
mas nunca sobre o poder dos outros instrumentos.
Um dos
atributos de “Que Bom”, que o faz funcionar, é como Bollani traz para fora
elementos das suas canções, adicionando variações que mantêm o conjunto de
cinco instrumentistas soando moderno ao longo de uma hora e 12 minutos. A
alegre "Uomini e Polli" é assistida or uma animada seção de
instrumentos de sopro, que perfeitamente complementa a configuração sincopada
da bateria de Jurim Moreira. As faixas vocais como "La Nebbia a
Napoli," e "Michelangelo Antonioni", apresentando a legenda
brasileira, Caetano Veloso, oferece uma ótima mudança de passo, adicionando
sabor aos instrumentais, circundando-os. Veloso é mais conhecido como um
arquiteto do movimento Tropicália, que fundiu a avant-garde e a tradição brasileira, e seu vocal constrito
ajusta-se, perfeitamente, a estas canções. Ele atua para a canção, em vez de
objetivar exibir sua própria virtuosidade."Michelangelo Antonioni" é
reminiscente das raízes experimentais de Veloso, seu queixume sem palavras
estabelece sua mensagem melhor do que qualquer letra faria.
“Que Bom” é
um álbum fantástico e está entre os melhores de Bollani, que está dizendo algo ,
considerando a quantidade de música de 46 anos da sua carreira. Traz belas
melodias e ritmos enérgicos e acomoda-se na experimentação.
Faixas: Sbucata da una nuvola; Galapagos; Certegiornate al
mare; La nebbia a Napoli; Habarossa; Uomini e polli; Ho perdutoil mio
pappagallino; Criatura dourada; Michelangelo Antonioni; Accettaretutto;
Ravaskia; Olha a brita; Il gabbianoischitano; Aleijadinho lê o Codex Seraphinianusaquì;
Nação; Que bom.
Músicos: Stefano Bollani: piano; Jorge Helder: baixo; Jurim
Moreira: bateria; Armando Marçal: percussão; Thiago da Serrinha: percussão.
Para conhecer um pouco deste trabalho, assistam ao vídeo
abaixo:
Fonte: Matt Hooke (AllAboutJazz)
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