O novo
disco do trompetista Tom Harrell vem nos calcanhares de dois fenomenais
lançamentos anteriores, “First Impressions” (NT: Objeto de resenha neste blog
em 15 de julho de 2016 e obteve 5 estrelas na DownBeat) e “Something Gold,
Something Blue” (NT: Objeto de resenha neste blog em 23 de Novembro de 2016).
Estes álbuns têm clareza e abundante resistência — o fraseado poético de
Harrell e a entonação luxuriante superior entre eles —mas eles foram mais
notáveis para seu frescor do conceito. O padrão encontrado por Harrell
bloqueando os mundos eruditos dos compositores clássicos no álbum citado em
segundo lugar, apresentando uma linha de frente com dois trompetes,
emparelhando com seu espírito similar, Ambrose Akinmusire. “Moving Picture”
coloca Harrell em mais similar armação: na direção deste trabalho em quarteto
com o baixista Ugonna Okegwo, o pianista Danny Grissett e o baterista Adam
Cruz. O programa tem um sentimento caseiro, com 10 faixas selecionadas do
repertório de Harrell e as canções raramente se apartam da casa do leme do
trompetista, oscilando entre o centro firme do jazz moderno e baladeiro dentro
da suavidade e aquecimento. A despeito
da relativa modéstia da premissa, este álbum é excitante. Harrell floresce como
o centro da atenção, laminando através de nós, como passagens de uma fuga com
precisão característica na faixa título, e aquecendo as linhas blueseiras na
superfície salpicadas com funk de “Gee, A. Bee”. Em músicas com margens mais
arredondadas, tais como “Apple House” e “Different Clouds”, ele toma uma
abordagem suavemente estabelecida, modelando ocasional erupção tão ritmicamente
enérgica com passagens mais longas que enfatiza entalhadas figuras harmônicas.
Porém, uma das mais admiráveis características de Harrell é a graça com a qual
ele cede os holofotes aos seus companheiros de banda, e neste álbum predomina
momentos de seu grupo. Grissett toca com dolorosa beleza melancólica em uma
seção solo de “Sea”, enquanto Cruz apresenta apurado senso melódico em “Time
Passage”. Okegwo, o mais antigo membro do quarteto, marcha em vigoroso passo
fechado com o líder na melodia de “Monte go Bay”, e posteriormente providencia
incansável suporte sob o solo alado-gospel do trompetista, que constrói em
intensidade que se desdobra. Mais que uma poderosa apresentação em seu próprio
modo, “Moving Picture” é a prova que mesmo em situações mais “padronizadas”,
Harrell é capaz de elevar a forma da arte.
Faixas
1 Moving
Picture 8:11
2 Apple
House 5:12
3 Montego
Bay 3:38
4 Time
Passage 4:56
5 Different
Clouds 5:00
6 Gee,
A. Bee 5:33
7 Happy
Ring 8:44
8 Vibrer
11:52
9 Sea 8:04
10 Four
the Moment
Para
conhecer um pouco deste trabalho, assistam ao video abaixo:
Fonte:
Brian Zimmerman (DownBeat)
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