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quarta-feira, 5 de setembro de 2018

TOM HARRELL – MOVING PICTURE (HighNote)


O novo disco do trompetista Tom Harrell vem nos calcanhares de dois fenomenais lançamentos anteriores, “First Impressions” (NT: Objeto de resenha neste blog em 15 de julho de 2016 e obteve 5 estrelas na DownBeat) e “Something Gold, Something Blue” (NT: Objeto de resenha neste blog em 23 de Novembro de 2016). Estes álbuns têm clareza e abundante resistência — o fraseado poético de Harrell e a entonação luxuriante superior entre eles —mas eles foram mais notáveis para seu frescor do conceito. O padrão encontrado por Harrell bloqueando os mundos eruditos dos compositores clássicos no álbum citado em segundo lugar, apresentando uma linha de frente com dois trompetes, emparelhando com seu espírito similar, Ambrose Akinmusire. “Moving Picture” coloca Harrell em mais similar armação: na direção deste trabalho em quarteto com o baixista Ugonna Okegwo, o pianista Danny Grissett e o baterista Adam Cruz. O programa tem um sentimento caseiro, com 10 faixas selecionadas do repertório de Harrell e as canções raramente se apartam da casa do leme do trompetista, oscilando entre o centro firme do jazz moderno e baladeiro dentro da suavidade e   aquecimento. A despeito da relativa modéstia da premissa, este álbum é excitante. Harrell floresce como o centro da atenção, laminando através de nós, como passagens de uma fuga com precisão característica na faixa título, e aquecendo as linhas blueseiras na superfície salpicadas com funk de “Gee, A. Bee”. Em músicas com margens mais arredondadas, tais como “Apple House” e “Different Clouds”, ele toma uma abordagem suavemente estabelecida, modelando ocasional erupção tão ritmicamente enérgica com passagens mais longas que enfatiza entalhadas figuras harmônicas. Porém, uma das mais admiráveis características de Harrell é a graça com a qual ele cede os holofotes aos seus companheiros de banda, e neste álbum predomina momentos de seu grupo. Grissett toca com dolorosa beleza melancólica em uma seção solo de “Sea”, enquanto Cruz apresenta apurado senso melódico em “Time Passage”. Okegwo, o mais antigo membro do quarteto, marcha em vigoroso passo fechado com o líder na melodia de “Monte go Bay”, e posteriormente providencia incansável suporte sob o solo alado-gospel do trompetista, que constrói em intensidade que se desdobra. Mais que uma poderosa apresentação em seu próprio modo, “Moving Picture” é a prova que mesmo em situações mais “padronizadas”, Harrell é capaz de elevar a forma da arte.

Faixas 
 
1 Moving Picture 8:11   
2 Apple House  5:12      
3 Montego Bay 3:38      
4 Time Passage 4:56      
5 Different Clouds 5:00
6 Gee, A. Bee    5:33      
7 Happy Ring 8:44          
8 Vibrer 11:52  
9 Sea 8:04          
10 Four the Moment

Para conhecer um pouco deste trabalho, assistam ao video abaixo:


Fonte: Brian Zimmerman (DownBeat)

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