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domingo, 14 de outubro de 2018

DAVID FRIESEN & GLEN MOORE – BACTRIAN (Origin Records)


Tempo e espaço podem não tomar nada contrário a certas relações musicais. Há parcerias que florescem indiferentes da frequência de encontros e anos que se passam, e este é claramente um deles.

A conexão entre os mestres do baixo David Friesen e Glen Moore volta atrás em torno de cinco décadas. Permitiu duas gravações anteriores —“In Concert (Vanguard, 1977) ” e “Returning (Burnside, 1993) ” — e continua a trazer frutos. Este terceiro capítulo gravado da história de Friesen-Moore começou quando tomou forma em 2013. Isto quando o manda-chuva do jazz, Don Lucoff foi convidado para atuar em Portland, enfim reacendendo o espírito colaborativo que os envolve e os liga.

Bactrian, tomando seu nome de dois provocadores camelos na Ásia Central, fala da afinidade entre Friesen e Moore em muitos diferentes caminhos. Eles caminham na corda bamba juntos, providenciando um suporte entre si, e exibe uma grande porção de respeito pela criação e comunicação. Os laços deles são fortes o bastante para serem livres e flexíveis para se mover em muitas direções, e singular o bastante para evitar uma comparação fácil com qualquer outra parceria. Com cada músico passando para o piano em algumas ocasiões, você nunca sabe o que deve acontecer.

Dois números com duo de baixo suportam o álbum—a jovial "Still Waters" e a temperamental, centrada no arco, faixa título e um achado de trabalhos criativos estabelecem-se entre eles. Há um gozo ameaçador e inquisidor na música com Moore ao piano ("Free Play"), uma agitada festa que fala com simples entonações ("Hoe Down"), uma emocionalmente ponderada passagem ("Soft As Silk"), uma exploração em torno e através do clássico de Juan Tizol ("Caravan"), e um olhar através de limites distantes ("Kontrast"). E então há os pontos solo, juntos e diferentes como podem ser. Friesen apresenta uma miscelânea de solos de piano que falam sobre a busca do que está faltando e um grau de satisfação com o que foi encontrado ("Time And Time Again/Brilliant Heart), e o solo de Moore é uma maravilhosa e lânguida interpretação de uma imortal canção de Gershwin ("Summertime").

Se operando no mesmo plano instrumental, tocando piano de encontro ao baixo, ou posicionando-se apenas em companhia do outro, David Friesen e Glen Moore manobram para desprender-se como um par perfeito. As diferenças e similaridades deles os mantêm juntos.

Faixas: Still Waters; Free Play; Hoe Down; Soft As Silk; Caravan; Return; Seam Line; Time And Time Again/Brilliant Heart; Summer Time; Kontrast; The Bactrian.

Músicos: David Friesen: baixo (1-3, 5-7, 10, 11), piano (4, 8); Glen Moore: baixo (1, 3-5, 7, 9, 11), piano (2, 6, 10).

Fonte: Dan Bilawsky (AllAboutJazz)

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