Tempo e espaço podem não tomar nada contrário a certas
relações musicais. Há parcerias que florescem indiferentes da frequência de
encontros e anos que se passam, e este é claramente um deles.
A conexão entre os mestres do baixo David Friesen e Glen
Moore volta atrás em torno de cinco décadas. Permitiu duas gravações anteriores
—“In Concert (Vanguard, 1977) ” e “Returning (Burnside, 1993) ” — e continua a
trazer frutos. Este terceiro capítulo gravado da história de Friesen-Moore
começou quando tomou forma em 2013. Isto quando o manda-chuva do jazz, Don
Lucoff foi convidado para atuar em Portland, enfim reacendendo o espírito
colaborativo que os envolve e os liga.
Bactrian, tomando seu nome de dois provocadores camelos na
Ásia Central, fala da afinidade entre Friesen e Moore em muitos diferentes
caminhos. Eles caminham na corda bamba juntos, providenciando um suporte entre
si, e exibe uma grande porção de respeito pela criação e comunicação. Os laços
deles são fortes o bastante para serem livres e flexíveis para se mover em
muitas direções, e singular o bastante para evitar uma comparação fácil com
qualquer outra parceria. Com cada músico passando para o piano em algumas
ocasiões, você nunca sabe o que deve acontecer.
Dois números com duo de baixo suportam o álbum—a jovial
"Still Waters" e a temperamental, centrada no arco, faixa título e um
achado de trabalhos criativos estabelecem-se entre eles. Há um gozo ameaçador e
inquisidor na música com Moore ao piano ("Free Play"), uma agitada
festa que fala com simples entonações ("Hoe Down"), uma
emocionalmente ponderada passagem ("Soft As Silk"), uma exploração em
torno e através do clássico de Juan Tizol ("Caravan"), e um olhar
através de limites distantes ("Kontrast"). E então há os pontos solo,
juntos e diferentes como podem ser. Friesen apresenta uma miscelânea de solos
de piano que falam sobre a busca do que está faltando e um grau de satisfação
com o que foi encontrado ("Time And Time Again/Brilliant Heart), e o solo
de Moore é uma maravilhosa e lânguida interpretação de uma imortal canção de Gershwin
("Summertime").
Se operando no mesmo plano instrumental, tocando piano de
encontro ao baixo, ou posicionando-se apenas em companhia do outro, David
Friesen e Glen Moore manobram para desprender-se como um par perfeito. As
diferenças e similaridades deles os mantêm juntos.
Faixas: Still Waters; Free Play; Hoe Down; Soft As Silk;
Caravan; Return; Seam Line; Time And Time Again/Brilliant Heart; Summer Time;
Kontrast; The Bactrian.
Músicos: David Friesen: baixo (1-3, 5-7, 10, 11), piano (4,
8); Glen Moore: baixo (1, 3-5, 7, 9, 11), piano (2, 6, 10).
Fonte: Dan Bilawsky (AllAboutJazz)
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