Ouvindo Gary Peacock, algo enlanguesce para um mundo onde
todos os baixistas de jazz estão imersos em espiritualidade oriental, e que tm
tocado com todos de Albert Ayler ao Bill Evans e vive em um ágil 82 anos.
Peacock será para sempre conhecido pelo “Standards Trio”, no
qual ele e o baterista Jack DeJohnette pastoreiam Keith Jarrett como o mais
lúcido pianista, performances complementares sem sacrificar a profundidade de
suas próprias asserções. Assim, ninguém seria surpreendido que o baixista agora
assume o leme do trio com espíritos intensamente similares com o pianista Marc
Copland e o baterista Joey Baron. No material para “Tangents” (um seguimento da
primeira gravação, em 2015, “Now This”),
Peacock que se maravilha em seu próprio “ ausência de mim, mim,mim . Todo mundo
está ouvindo por que a música conta para você o que fazer”.
Esta ambiência de notória sabedoria, de paciente segurança,
permeia “Tangents”. A abertura, “Contact”, inicia com a econômica e vigorosa exposição
de um solo de baixo de 45 segundos, seguida de sensível notação e texturas de
teia de aranha dos pratos de Baron. Na metade da peça, o trio gradualmente toma
o passo, como vindo da hibernação. “December Greenwings” retrabalha o que foi originalmente
exposto em dueto, de 1978, de Peacock-Jan Garbarek dentro de uma coordenação em
staccato com um trio. A improvisação
do grupo, “Empty Forest”, é um caso de estudo na beleza da ressonância, de
batidas das baquetas como tímpano de Baron para a evaporação de notas do
dedilhado de Peacock no seu baixo.
A majestade orientada para yin de Bill Evans é uma
inspiração óbvia para o trio, e eles homenageiam o pianista com uma versão
suavemente murmurante de “Blue in Green”. Destacada por outro brilhante solo linear de Peacock. Melhor
ainda é uma amorosamente bela interpretação do tema do filme Spartacus, que
talvez seja mais lírico que o anteriormente, considerado definitivo, tratamento
de Evans. Em outras partes do disco estão canções com mais energia, incluindo
uma inicialmente serena “Tempei Tempo” que escala para uma segura batida na
amigável “Rumblin’” de Ornette. Porém, é difícil elevar Peacock e seu trio ao
repouso, ouvindo a próxima indicação da música.
Faixas:
Contact; December Greenwings; Tempei Tempo;
Cauldron; Spartacus; Empty Forest; Blue in Green; Rumblin; Talkin’ Blues; In
and Out; Tangents.
Músicos: Gary Peacock: baixo; Marc Copland: piano; Joey
Baron: bateria.
Fonte: Britt Robson (JazzTimes)
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