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sexta-feira, 30 de novembro de 2018

GARY PEACOCK TRIO – TANGENTS (ECM Records)


Ouvindo Gary Peacock, algo enlanguesce para um mundo onde todos os baixistas de jazz estão imersos em espiritualidade oriental, e que tm tocado com todos de Albert Ayler ao Bill Evans e vive em um ágil 82 anos.

Peacock será para sempre conhecido pelo “Standards Trio”, no qual ele e o baterista Jack DeJohnette pastoreiam Keith Jarrett como o mais lúcido pianista, performances complementares sem sacrificar a profundidade de suas próprias asserções. Assim, ninguém seria surpreendido que o baixista agora assume o leme do trio com espíritos intensamente similares com o pianista Marc Copland e o baterista Joey Baron. No material para “Tangents” (um seguimento da primeira gravação, em  2015, “Now This”), Peacock que se maravilha em seu próprio “ ausência de mim, mim,mim . Todo mundo está ouvindo por que a música conta para você o que fazer”.

Esta ambiência de notória sabedoria, de paciente segurança, permeia “Tangents”. A abertura, “Contact”, inicia com a econômica e vigorosa exposição de um solo de baixo de 45 segundos, seguida de sensível notação e texturas de teia de aranha dos pratos de Baron. Na metade da peça, o trio gradualmente toma o passo, como vindo da hibernação. “December Greenwings” retrabalha o que foi originalmente exposto em dueto, de 1978, de Peacock-Jan Garbarek dentro de uma coordenação em staccato com um trio. A improvisação do grupo, “Empty Forest”, é um caso de estudo na beleza da ressonância, de batidas das baquetas como tímpano de Baron para a evaporação de notas do dedilhado de Peacock no seu baixo. 

A majestade orientada para yin de Bill Evans é uma inspiração óbvia para o trio, e eles homenageiam o pianista com uma versão suavemente murmurante de “Blue in Green”. Destacada por outro brilhante solo linear de Peacock. Melhor ainda é uma amorosamente bela interpretação do tema do filme Spartacus, que talvez seja mais lírico que o anteriormente, considerado definitivo, tratamento de Evans. Em outras partes do disco estão canções com mais energia, incluindo uma inicialmente serena “Tempei Tempo” que escala para uma segura batida na amigável “Rumblin’” de Ornette. Porém, é difícil elevar Peacock e seu trio ao repouso, ouvindo a próxima indicação da música.  

Faixas: Contact; December Greenwings; Tempei  Tempo; Cauldron; Spartacus; Empty Forest; Blue in Green; Rumblin; Talkin’ Blues; In and Out; Tangents.

Músicos: Gary Peacock: baixo; Marc Copland: piano; Joey Baron: bateria.

Fonte: Britt Robson (JazzTimes)

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