A distinção é irrelevante em se tratando do cativante álbum intitulado Sotaques, concebido e gravado pelo baterista-compositor-
Vale registrar que Roberto Rutigliano, nascido na Argentina, tem sotaque carioca. Ele “emigrou” para o Rio de Janeiro no final da década de 1980, embora nunca tenha desfeito seus laços com a terra natal, particularmente com Buenos Aires. O professor de percussão em cursos da Pro-Arte já tinha lançado, no início deste ano, o CD Tango Jazz, em quinteto com Alexandre Carvalho (guitarra), Fernando Trocado (saxofone), Facundo Estefanell (baixo) e Márcio Sanchez (violino).
Agora, com o quinteto de Sotaques – gravado em cinco dias de setembro último, no estúdio da Warner Brasil – Rutigliano apresenta um programa cujo resultado, segundo ele, “saiu com cara de ao vivo, rigoroso e ao mesmo tempo espontâneo”.
O líder assina cinco das nove itens do “menu”. Francisca nº 15 (6m50), Lua nova (3m10) e Noemi (4m15) – esta dedicada à sua mãe – são baladas, com o trompete assurdinado de Arimatéa e o sax tenor encorpado de Trocado em relevo. Garças sobrevoam a Av.Brasil (3m20), basicamente um samba-choro, é um dos melhores momentos do disco, assim como Estudo jobiniano (4m25), rotulado pelo baterista de “samba de gafieira”, com realce para solos bem jazzísticos de flugel, teclados e baixo.
Das outras peças de Sotaques, duas nasceram jazzísticas, obras dos legendários Charlie Parker e John Coltrane, respectivamente: Yardbird Suite (5m55) e Lonnie’s lament (5m30). A balada Derradeira primavera, de Tom Jobim, e Vento bravo, de Edu Lobo, completam o repertório do novo álbum de Roberto Rutigliano.
(Samples de Sotaques em: www.deezer.com/br/album/
Fonte : Luiz Orlando Carneiro (Jota)
Um comentário:
Obrigado Jota.
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