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domingo, 30 de dezembro de 2018

ERIC REVIS TRIO – CROWDED SOLITUDES (Clean Feed Records)


Ouvindo a gravação, alguém pode aceitar como oposta ao zelo de uma performance, que envolve apenas um dos cinco sentidos, escutando. O concerto tem clara visão, mas algo sobre   “Crowded Solitudes” de Eric Revis sugere outros sensos a considerar. A gravação deste trio segue “City Of Asylum (Clean Feed, 2013) ” (NT: Resenha publicada neste blog em 13/06/2015). Revis manteve o pianista Kris Davis, mas Gerald Cleaver substituiu Andrew Cyrille na bateria.

Revis, o antigo baixista de Branford Marsalis, pode também ser ouvido no altamente aclamado álbum do Aruán Ortiz 99 Trio “Hidden Voices (Intakt, 2016) ” e em colaboração com o pianista Orrin Evans em vários grupos, mais seu criativo trio Tarbaby com Nasheet Waits. Suas gravações como líder têm progredido dos seus agitados primeiros trabalhos à deslumbrante sessão em quarteto, “In Memory Of Things Yet Seen (Clean Feed, 2014) ” e um encontro com gigantes da improvisação, Jason Moran e Ken Vandermark em “Parrallax (Clean Feed, 2012)”. O que é evidente no trabalho completo como líder é sua habilidade para empregar talentos no seu trabalho. Ele nunca tenta forçar a barra.

Com este álbum, retornou ao formato de trio, Davis ao piano e Cleaver, cuja bateria na música cresce acima do simples auditório. A peça mais curta "QB4R" adiciona uma sensação tátil. Revis puxando, então “serrando” as cordas esticadas, antes de puxar as notas que ressoam profundas no peito. As escovinhas de Cleaver espanando os pratos e o tamborim, enquanto Davis espalha notas como chuva. É uma das três peças livres que o trio gravou. As outras duas são a frequente "Crowded Solitudes (for B.K.)", onde Revis inclina notas no arco para a batida dos pratos e arranha a bateria e a melodia minimalista de Davis e a abertura da peça "Arcane 17" contém um inteiro universo de ideias. O baixo monstruoso de Revis explora fragmentos de melodia de Davis, como se um sinal de rádio estivesse falhando. Suas peças intermitentes e partes espasmódicas coagulam dentro de uma crescente energia percussiva. Davis atrai mais atenção com sua habilidade para modelar Cecil Taylor em termos de nota em um momento antes de passar para o minimalismo. Ela é proeminentemente apresentada aqui, imitando o exemplo da amostra do discurso em "Bontah" e compartimentando seu cérebro em "Anamnesis -Parts I & II" com um incessante martelar da mão esquerda e suave melodia com a mão direita. A composição de Revis "D.O.C." funciona como um suingue post-bebop dentro de uma desconstrução, que não foge da melodia. "Victoria" de Paul Motian inicia com o titânico baixo de Revis trovejando notas suaves sobre o trabalho de escovinha de Cleaver. Davis apresenta o tema, abraçando a emoção dentro dos insumos sensoriais, toque e talvez, igualmente, o bom gosto.

Faixas: Arcane; Bontah; Victoria; QB4R; D.O.C.; Crowded Solitudes (for B.K.); Vertical Hold; Anamnesis - Parts I & II.

Músicos: Kris Davis: piano; Eric Revis: baixo; Gerald Cleaver: bateria.

Fonte: Mark Corroto (AllAboutJazz)

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