
Antes houve o cancioneiro norte-americano, lá estavam
simplesmente grandes canções americanas. As canções que nós, agora,
identificamos como
standards do jazz—
ainda muito delas compostas por um punhado de autores trabalhando nos
escritórios do Tin Pan Alley, que não foram escritas com aquele grandioso
repertório em mente, mas foram, em vez disto, criadas como canções populares,
dão estofo para produções da Broadway e filmes de Hollywood de 1920 e ’30.
Canção popular continua a enriquecer o cânone do jazz, e em seu último disco,
“Pops”, o baixista de Chicago , Joe Policastro, efetiva o exemplo que tal
hibridismo musical é
uma celebração de
excelência. Assim sendo, Policastro e seu trio formado como o guitarrista Dave
Miller e o baterista Mikel Avery unem-se a um grupo de artistas que abraçam o
pop experimental, incluido o tecladista Robert Glasper, cujo álbum de 2015,
“Covered (Blue Note)” apresentou canções de Kendrick Lamar e John Legend, e a
vocalista Cécile McLorin Salvant, cujo último lançamento, “For One To Love
(Mack Avenue)”, apresentou uma interpretação garbosa de “Wives And Lovers” de
Burt Bacharach.O produto básico de Bacharach também faz uma aparição no álbum
de Policastro, abrindo o programa de 11 faixas com toda coragem e intimidade
vaporosa de uma festa do meado do século passado (Esta está adequada como a
única composição do álbum de 1960). Porém, é a década subsequente, com suas
harmonias de disco e funk, que contribui com a maioria do material deste disco.
O trio gira em Creepin’ (1974),de Stevie Wonder, dentro de um suave e jovial
jazz bossa, e posteriormente injeta “More Than A Woman” (1977) dos The Bee Gees
com um curto vigor, energia estimulante, cortesia de linhas impetuosas do
guitarrista convidado Andy Brown. Em outras partes, o grupo desenvolve-se em
“Me And Mrs. Jones” de Billy Paul dentro de uma sedosa balada e remodela “Us
And Them” do Pink Floyd como uma extensa instigação de jazz-rock. Policastro,
colíder das bandas de Gerry Mulligan, Jeru e The Mulligan Mosaic Big
Band/Nonet, estabelece uma melodia pensada do baixista que prioriza a coesão do
grupo sobre exibições individuais de virtuosismo. Seu solo em “Wave Of
Mutilation” de The Pixies exemplifica melhor com seu estilo improvisador, que
sustenta a marca da solidez e sem adorno artístico. À canção, repintada com
sombra, cores nuançadas, junta-se “Condition Of The Heart” de Prince (parte da
tocante duas faixas em homenagem ao falecido mestre) e “Drive” de The Cars como
álbuns representativos dos anos 1980s. O mais recente acontecimento inclui uma
tranquila e abrandada reinterpretação de “Take It With Me” (1999) de Tom Waits
e uma versão de “Take It With Me” (1999) de Neil Young e “Harvest Moon” (1991)
reconfigurada como uma canção suingante do Ocidente.
Faixas
1 Wives and Lovers 6:13
2 Harvest Moon 7:39
3 Creepin' 5:59
4 Wave of Mutilation 6:50
5 More Than a Woman 6:07
6 Condition of the Heart 6:28
7 Diamonds and Pearls 9:12
8 Me and Mrs. Jones 7:48
9 Us and Them 5:19
10 Take It with Me 5:49
11 Drive 6:03
Para conhecer um pouco deste trabalho, assistam ao vídeo
abaixo:
Fonte: BRIAN ZIMMERMAN (DownBeat)
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