O saxofonista-compositor Michaël Attias estudou e tocou com
dois mestres de estrutura e espaço, Anthony Braxton e Paul Motian. Para
complementar, ele é um tradicionalista, Attias reverencia Bird, Coltrane e
Ornette não para seus locais no firmamento, mas para se voluntariar a tomar
riscos. Em “Nerve Dance”, Attias reuniu uma banda ideal para manejar estes
conceitos de estrutura, espaço e risco, e forja uma potente, implacável e
imprevisível sinergia.
As composições inéditas ocorrem como uma mandala de Escher. As
canções de abertura e encerramento uma assinatura em tempo de 3/4: A
primeira, “Dark Net”, tem o baterista Nasheet Waits apresentando uma façanha
inspirada por uma frase com seis batidas de Elvin Jones; a última, “Nasheet”, é
um tributo da banda de Waits pelo baixista, John Hébert. Outro eco temático ocorre
com três outras canções. “Nerve & Limbo” organiza abordagens agressivas e
etéreas para o mesmo material harmônico. O segmento “vigor” é reprisado em “Le
Pèse-Nerfs”, e o segmento “limbo” revisitou “Ombilique”. Um final conjunto
ocorre, quando Attias toca o solo no sax alto e piano para “Boca de Luna”, que
introduz a subsequente “Moonmouth”, a delicadeza faz-se suntuosa pelo pianista
Aruán Ortiz a despeito de talhá-lo em tempo de 17/8.
Todas estas interconexões estão submersas em um empreendimento
de um grupo glorioso. O Attias Quartet
atua com o seguro entendimento desta estrutura e espaço, que são enfim apenas
ferramentas para o perigo. Esta compreensão da ambição é que faz deste o melhor
disco de Attias e a banda mais excitante atualmente.
Faixas: Dark Net; Nerve & Limbo; Scribble Job Yin Yang;
Boca De Luna; Moonmouth; La Part Maudite; Le Pèse-Nerfs; Rodger Lodge; Dream In
A Mirror; Ombilique; Nasheet.
Músicos: Michaël Attias: saxofone; Aruán Ortiz: piano; John
Hébert: baixo; Nasheet Waits: bateria.
Fonte: Britt Robson (JazzTimes)
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