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terça-feira, 15 de janeiro de 2019

GEOF BRADFIELD - YES, AND...MUSIC FOR NINE IMPROVISERS (Delmark Records)


Os atos de criação espontânea e desenvolvimento associados com o teatro improvisador são claramente homólogos com os ideais do jazz. Às vezes, toma um espírito supremamente criativo como o do saxofonista/compositor Geof Bradfield para iluminar este fato. Alternando entre números que apresentam diferentes configurações de trio e trabalhos para noneto, “Yes, and … Music for Nine Improvisers” destaca os arranjos inteligentes de Bradfield, enquanto escoa as táticas de improvisação de vanguarda dos Compass Players, especificamente aquela que estoriou a adoção da companhia de teatro de Chicago do afamado diretor Viola Spolin, a peça “Yes, and…”, requerendo ao participante para aceitar e expandir outros processos individuais de pensamento em forma improvisada. Esta é a terceira, firme e livremente coreografada peça, que faz este álbum tão cativante. 

O esplendor de Bradfield em alavancagem de amizades de longo prazo, composto para o individual antes que o instrumento (à la Ellington), e sabendo quando preencher a tela e quando deixar espaço, estão aparentes ao longo do trabalho. Se formando uma força impulsionadora com o baixista Clark Sommers e baterista Dana Hall na impetuosa “Prelude”, usando o suingue como uma cortina e criativo impulso para “Impossible Charms” ou apresentando um trio de metais com sugestões sombrias em “Chorale”, Bradfield permanece cônscio dos vários limites e conexões que, respectivamente, separam e ligam estrutura e liberdade. 

Para cada rápida passagem do pensamento— tais como o espinhoso encontro de Sommers, Hall e o guitarrista Scott Hesse em “Ostinato”, vinheta ou passagem fantasmagórica tranquila da leitura do instrumento de palheta em “Chaconne”— há mais substancial oferta esperando nos bastidores. A mais notável do grupo é “Anamneses” em 14 minutos, que é uma odisseia fascinante, exibindo singulares talentos como Anna Webber (na flauta baixo), e o encerramento do álbum “Forro Hermeto”, acenando para o ícone brasileiro, Hermeto Pascoal, em nome e caráter. Porém, na realidade, cada uma destas performances brilha, enquanto banhando-se em sincrética luz de Bradfield.

Faixas: Prelude; In Flux; Chorale; Impossible Charms: Ostinato; Anamneses; Chaconne; Forró Hermeto.

Músicos: Geof Bradfield: saxofones tenor e soprano, clarinete baixo; Anna Webber: flauta e flauta baixo, saxofone tenor; Greg Ward: saxofone alto; Russ Johnson: trompete, flugelhorn; Joel Adams: trombone; Scott Hesse: guitarras elétrica e clássica; Clark Sommers: baixa acústica; Dana Hall: bateria e percussão.

Fonte: Dan Bilawsky (JazzTimes)

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