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terça-feira, 1 de janeiro de 2019

TOMAS FUJIWARA – TRIPLE DOUBLE (Firehouse 12 Records)


O sexteto de Tomas Fujiwara é denominado “Triple Double” por um par de razões. É composto de três duplas instrumentais: os guitarristas Mary Halvorson e Brandon Seabrook, os instrumentistas de sopro Ralph Alessi (trompete) e Taylor Ho Bynum (cornet) e o duo de bateristas Fujiwara e Gerald Cleaver. Então há o fato que o Tomas Fujiwara Trio inclui Seabrook e Alessi, e ele tocou frequentemente com Halvorson e Bynum em grupos mais amplos (incluindo Illegal Crowns e Thirteenth Assembly) e em cada outra banda que o trio deles interagem. Isto ocorre de forma orgânica.

Enquanto todos os seis músicos viajam em círculos similares e são estilisticamente dispostos através da consonância mais do que contraste, os talentos coletivos deles e a liderança inovadora de Fujiwara estabelecem uma imprevisível nota tônica. A faixa inicial, “Diving for Quarters”, destaca os pares— as guitarras em seus próprios primeiros 90 segundos, instrumentos de sopros competindo no centro, batidas de bateria participando do balanço ao final— enquanto “Blueberry Eyes” e “Pocket Pass” suportam selvagem talento de banda de rock pesado, flertando com a aparência do jazz. Dois duetos de guitarra-bateria, ambas intituladas “Hurry Home”, retrata as diferenças nuançadas inerentes ao disco. A versão de Seabrook-Cleaver para “B/G” é mais delicada, utilizando efeitos e escovinhas, enquanto a versão de Halvorson-Fujiwara para “M/T” organiza ecos e batidas para derivar traços similarmente agourentos.

Há uma doce marca no meio de “Triple Double” que inicia com “For Alan”, no qual Fujiwara reexecuta a fita de instrução, ainda relevante, providenciada pelo seu professor, Alan Dawson, quando ele tinha 10 anos. Em uma performance em duo com Cleaver, ele mistura o áudio com seu movimento, à la Andrew Cyrille, fazendo flutuar ondulações e combinações que são os dividendos das lições de Dawson. Isto é seguido por “Love and Protest”, um ofegante redemoinho marcado por uma variedade de solos vívidos e um baixo contínuo em ressaca, que é marcante na banda sem o baixista. Então “Decisive Shadow” invoca uma vibração totalmente diferente, peculiar e despreocupada, com uma densidade espacial que é menos oceano e mais um complicado quebra-cabeça. Uma tripla escavação de uma grande música.

Faixas: Diving For Quarters; Blueberry Eyes; Hurry Home B/G; Pocket Pass; For Alan; Lover And Protest; Decisive Shadow; Hurry Home M/T; Toasting The Mart; To Hours.

Músicos Tomas Fujiwara: bateria; Gerald Cleaver: bateria; Mary Halvorson: guitarra; Brandon Seabrook: guitarra; Ralph Alessi: trompete; Taylor Ho Bynum: cornet.

Fonte: Britt Robson (JazzTimes)

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