
O Black Art Jazz Collective é uma usina de força do talento
do jazz contemporâneo, contando com muito dos acompanhantes proeminentes e
líderes na categoria: o saxofonista Wayne Escoffery, um confiante impulsionador
do quinteto de Tom Harrell; o trompetista Jeremy Pelt, líder de seu próprio
quinteto feérico; o trombonista James Burton III, um veterano da Jazz at
Lincoln Center All-Star Orchestra; o pianista Xavier Davis, capitão de um trio
astuto; o baixista Vicente Archer, uma voz vigorosa no baixo do trio de Robert
Glasper e o baterista Johnathan Blake, que por anos guia a seção rítmica do
grupo do Harrel. Em “Presented By The Side Door Jazz Club”, um trabalho ao vivo
da principal arena de Connecticut, o empreendimento coletivo através de um
programa de oito músicas inspiradas por ícones políticos e culturais de
afro-americanos. O som centra em torno de um sentimento cuidadosamente
orquestrado no
hard-bop, pleno de uma
dinâmica seção rítmica improvisada e melodias serpenteantes na linha de frente.
A abertura “Double Consciousness”, um tributo para o autor e pioneiro dos
direitos civis W.E.B. Du Bois, posiciona a banda em uma altamente engajada e
colaborativa unidade, e apresenta um espirituoso intercâmbio entre Pelt e Escoffery
sobre uma linha de baixo sísmica de Archer. Duas canções sobre Barack Obama—
“Awaiting Change” e “No Small Change”—pintam diferentes, mas igualmente
reveladores retratos do primeiro presidente afro-americano dos Estados Unidos.
O padrão, com sua locomotiva suingante e ágil melodia, invoca noções de
dignidade, júbilo e graça. A última, uma sombria balada, invoca um humor mais
introspectivo, um possível aceno para continuidade da luta nossa sociedade
contra o racismo e opressão. Um ar de reverência anima “Going Somewhere”, o
tributo do grupo ao abolicionista Sojourner Truth, e solos de Pelt e Burton
nesta faixa estão correpondentemente inspirados. Em “The Shadower”, o grupo
homenageia o saxofonista Joe Henderson. A canção é uma obra-prima e possui uma
esperta configuração, e o espírito de que o falecido mestre do hard-bop
estimula os instrumentistas a trabalhos dos seus melhores solos. Pelt, em
particular, está eletrizante. Ele estende uma nota simples sobre dúzias de
medidas, transformando o som do seu instrumento em singulares e intrigantes
caminhos. A audiência ao vivo é apreciativa, e o ouvinte será também um
apreciador. Esta é uma música que suinga.
Faixas: Double Consciousness; Awaiting Change; Essence Of
Beauty; Salvador Da Bahia; Going Somewhere; No Small Change; Devil Eyes; The
Shadower.
Músicos: Wayne Escoffery: saxofone tenor; Jeremy Pelt:
trompete; James Burton III: trombone; Xavier Davis: piano; Vicente Archer:
baixo; Johnathan Blake: bateria.
Fonte: BRIAN ZIMMERMAN (DownBeat)
Nenhum comentário:
Postar um comentário