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domingo, 17 de fevereiro de 2019

LARRY CORYELL – SPACES (Vanguard Records)


A origem de “Spaces” pode ser traçada para quando Larry Coryell assistiu John McLaughlin no clube noturno de Count Basie com a banda Tony Williams Lifetime. Aparentemente, ele ficou impressionado com o que ouviu, de forma que ele convidou McLaughlin para reunir-se com ele em estúdio e gravar o que passaria a ser, defensavelmente, um dos primeiros disco de rock/jazz-fusion feito naquele período. Não que eles soubessem disto. Porém, como Bob Dylan cantou, os tempos estavam realmente mudando, e o jazz-fusion, para melhor ou para pior, estava começando a emergir como uma alternativa mais cerebral para o que era percebido como a mais básica forma de música, isto é, rock and roll. No centro de toda esta controvérsia estava o ministro chefe do jazz, Miles Davis, cujo próprias explorações foram as que tiveram, inicialmente, profundo impacto não só como o público ouvia música, mas também o que eles pensavam que era possível.

Uma coisa é certa, o jazz-fusion pode realizar uma intensa audição para os não iniciados, especialmente quando você está lidando com um altamente treinado e disciplinado grupo de instrumentistas cerebrais, que amaram confundir a mente dos ouvintes e sobrecarregá-la com porções de estranhos detalhes musicais. 

O álbum decola para um início impressionante com a faixa título, onde Larry Coryell afirma algumas linhas de guitarra extremamente jazzísticas, quase científicas, enquanto Miroslav Vitous lança-se ativamente no baixo. McLaughlin adiciona um pouco de magia para a qual há uma abertura supremamente satisfatória. "Rene's Theme" é um número inspirado por Django Reinhart, e é um pouco animada a audição dos dois guitarristas, que não só duelam, mas desfrutam do processo. Em "Gloria's Step" a banda completa está uma vez mais em modo analítico, explorando em todas as espécies de entonações e modulações que imitam a arte. Imagine você que não há provavelmente um pouco de seguimento aqui, do que não foi explorado pela plenitude de músicos de jazz dos anos 1950. O mesmo ocorre com a composição de Coryell,"Wrong Is Right", uma canção que poderia ter aparecido tranquilamente em qualquer álbum de Charlie Mingus, com uma exceção: como se Coryell estivesse dizendo ' Estou tentando expandir sua consciência, enquanto exploro suas vísceras com meu solo de guitarra.

As coisas vêm a ser acadêmicas em "Chris" composta pela esposa de Coryell, onde Chick Corea apita e arrasa no teclado elétrico em seu próprio e inimitável modo, enquanto Larry fornece escalas de guitarra em fino exercício. A faixa final, "New Year's Day In Los Angeles -1968", dura vinte segundos, mas é uma encantadora maneira de trazer o fechamento do álbum.  

Não haverá dúvida que “Spaces” foi um álbum inovador em diversas maneiras. Porém, em 1969/70, obviamente, algo fazia água, como se todos os elementos fundamentais do universo musical viessem juntos para criar átomos e moléculas mais complexas, que é o que a Jazz Fusion realizou: uma criação de novos mundos cujas possibilidades foram, aparente e continuamente intricadas. Eles fazem pose para assinalar uma marca sobre a cabeça do ouvinte com o que tudo isto significa. 

Faixas: Spaces (Infinite); Rene´s Theme; Gloria's Step; Wrong Is Right; Chris; New Year's Day In Los Angeles.

Músicos: Larry Coryell: guitarra; John McLaughlin: guitarra; Chick Corea: piano elétrico; Billy Cobham: bateria; Miroslav Vitous: baixo.

Para conhecer um pouco deste trabalho, assistam ao vídeo abaixo:

 
Fonte: Sacha O'Grady (AllAboutJazz)

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