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domingo, 31 de março de 2019

CHARLES LLOYD & THE MARVELS WITH LUCINDA WILLIAMS – MASTERS OF WAR (Blue Note Records)


Plus çachange, plusc'estlamêmechose (A maior parte das coisas mudam, a maior parte delas permanecem a mesma – Em tradução livre) —Jean-Baptiste Alphonse Karr.
Mais que meio século veio e foi desde que Bob Dylan escreveu "Masters of War", ainda que a mensagem da canção permaneça tão relevante como sempre. Em 20 de Janeiro de 2017— o dia em que Donald Trump encarou o Oathof Officee e veio a ser o 45º presidente dos Estados Unidos da América — o saxofonista Charles Lloyd uniu-se a um rápido crescimento do coro dissidente: 

Nações têm atirado pedras entre si por milhares de anos. Nós vamos através de encantos de luz e escuridão. Em minha vida eu tenho testemunhado períodos de paz, protesto e ascensão. O fato de "Masters of War" de Bob Dylan ter sido composta no início nos anos 1960 e não durante a década passada, o faz sem ser intempestivo e oportuno.  Parte meu coração pensar que há gerações correntes de pessoas jovens ao redor do mundo, que estão crescendo sem conhecer a paz em suas vidas. As palavras que Dylan escreveu são um raio laser sobre a humanidade. Esta linha, em particular, tem ficado comigo por cinco décadas

"Let me ask you one question (Deixe me perguntar-lhe sobre uma coisa)
Is your Money that good (Seu dinheiro é bom)
Will it buy you forgiveness (Você comprará seu perdão)
Do you think that it could (Você pensa que poderia)
I think you will find (Eu penso que você o encontrará)
When your death takes its toll (Quando sua morte fizer os sinos dobrarem)
All the Money you made (Todo o dinheiro que você amealhou)
Will never buy back your soul" (Nunca trará de volta a sua alma)

O mundo é uma cauda encaracolada de cachorro —não importa como muitas vezes nós a colocamos fora,  ela se mantém encrespada atrás. Como artistas nós aspiramos confortar, exaltar e inspirar. Para nos unir através do som através das fronteiras e limites e dissolver as linhas de demarcação que as separa. A coisa bonita é que mesmo sobre aquilo que o gênero humano sob as mais adversas condições, nós seremos capazes de afabilidade, compaixão e amor. Visão e esperança. Toda vida é uma unidade. Quem sabe, talvez um dia nós seremos bem-sucedidos. Nós vamos em frente.

Estas palavras bem escolhidas de Lloyd acompanhadas de uma interpretação acima mencionada de um clássico de Dylan, gravado ao vivo no Lobero Theatre em Santa Barbara, em 28 de Novembro de 2016, serve como uma peça impactante de música de protesto, com um folk rock moderno da ícone Lucinda Williams defrontando a banda com seu controlado, ainda que com veemente entrega das letras. As espirais do instrumento de Lloyd através do ar com intensidade, a guitarra de Bill Frisell e a guitarra pedal steel de Greg Leisz  irradiam o significado da canção com seus ameaçadores fluxos, e a combinação rítmica do baterista Eric Harland e do baixista Ruben Rogers servem como lastro em diversos caminhos.  É uma performance tempestuosa e proposital que merece ser espalhada e estendida. O saxofone de Charles Lloyd e a voz de Lucinda Williams são sopradas ao vento, assim ouçam, proximamente, o que eles dizem.

Músicos: Charles Lloyd: saxofone tenor; Lucinda Williams: vocal; Bill Frisell: guitarra; Greg Leisz: pedal steelguitar; Reuben Rogers: baixo; Eric Harland: bateria.

Para conhecer um pouco deste trabalho, assistam ao vídeo abaixo:


Fonte: Dan Bilawsky (AllAboutJazz)

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