O guitarrista Julian Lage uma vez mais favorece sua própria história
em “Modern Lore”, o seguimento da estreia do seu trio em 2016, “Arclight”. O
novo álbum foi inspirado em canções pré-bop
do início dos anos 1920, e o padrão disfarça uma influência muito mais
estrangeira (ao menos no jazz e campos adjacentes do jazz): o rock inicial. Porém,
com “Arclight”, fez-se um firme tributo reverente— você não encontraria
qualquer reinterpretação de Chuck Berry ou outra passagem de meio-pulo. Em vez
disto, 11 composições abstratas, inéditas, de Lage com alguns dos sons mais
icônicos da música Americana, com alusões ao rock, country e folk, tudo vindo
através de sua tepidez, entonação intimista.
O toque lírico de Lage é apoiado pelas performances
impecavelmente restritas do baixista Scott Colley e do baterista Kenny Wollesen (com
o tecladista Tyler Chester oferecendo ocasional reserva, harmonias quase
imperceptíveis). Se eles estão tocando um suingue agitado (“Look Book”), uma
dança country (“Atlantic Limited”) ou
uma valsa blueseira (“Roger the Dodger”), o trio favorece a concisão (a maioria
das canções estão sob quatro minutos) e exposição suavizada.
Isto não é dizer que temos um resultado aconchegante, que
carece de urgência. O virtuosismo de Lage manifesta-se precisamente, improvisação
clara que não requer técnicas de fogos de artifício, evidenciando de vez o seu
notável talento para a melodia. Em poucos momentos quando seu lado experimental
vem, é claro com importante dissonância e dinâmicas, que estão temperando de
forma suave, geralmente, o álbum, com som caprichoso. O projeto final,
“Pantheon”, tem uma melodia assimétrica que majoritariamente abandona o
espaçoso álbum na insistência do balanço. O resultado é belo,
e isto ao menos parcialmente, porque a habilidade de Lage é para organizar a
familiaridade como um instrumento, não como uma muleta.
Faixas: The Ramble; Atlantic Limited; General Thunder; Roger
The Dodger; Wordsmith; Splendor Riot; Revelry; Look Book; Whatever You Say,
Henry; Earth Science; Pantheon.
Músicos: Julian Lage: guitarras; Scott Colley: baixo; Kenny
Wollesen: bateria, vibrafone; Tyler Chester: teclados; Jesse Harris: maracas, casio, violão.
Para conhecer um pouco deste trabalho, assistam ao vídeo
abaixo:
Fonte: Natalie Weiner (JazzTimes)
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