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terça-feira, 2 de abril de 2019

MATT LAVELLE & REGGIE SYLVESTER - RETROGRADE (ESP-Disk’)


John Coltrane frequente e arbitrariamente escolhia o título de suas canções. É provável que as quatro faixas inéditas em “Interstellar Space” não significam evocar Marte, Júpiter, Venus e Saturno. Todavia, Matt Lavelle inspirou-se em Coltrane e decidiu homenagear os planetas —incluindo o pobre e degradado Plutão—em uma série de duetos, muitos como Coltrane fez com o baterista Rashied Ali naquele álbum. Lavelle, que estudou com Ornette Coleman e tocou com músicos de vanguarda de Nova York, toca trompete, flugelhorn e clarinete. O baterista Reggie Sylvester, que tocou com Lavelle no Bern Nix Quartet, serve como parceiro.

Os humores variam amplamente, como os planetas. Lavelle inicia “Mercury” com modelo de 12-compassos em um tempo com marcação singular, tocando sobre um tempo livre. Sylvester evoca a rigidez de “Pluto” , limitando a si mesmo para um solitário ataque em poucas batidas. O clarinete de Lavelle tocando encantadoramente nesta faixa, mas o ritmo primal enfraquecendo. O mesmo vale para o uso ocasional da cuíca de Lavelle, usado onde Coltrane usou sinos, mas soa como lamentos de um cachorro velho. Melhor é “The Sun”, para a qual Sylvester salienta primariamente o ribombar dos pratos, criando energia para subordinar Lavelle.

Duplicando nas palhetas, o que é um desafio para um instrumentista de metais, mas encontra Lavelle uma nova personalidade no clarinete, que vem para completar a ebulição, quando ele treina com Sylvester durante “Neptune”. No trompete, ele toca com foco e energia, trazendo de volta uma locução blueseira no encerramento em “Earth”. Retroceder deve ser uma jornada turbulenta, mas ultimamente é algo vantajoso.

Faixas   

1 Uranus 8:40  
2 Neptune 7:10               
3 Pluto 7:47      
4 Mercury 7:49                
5 The Sun 8:41
6 Earth 7:08      

Fonte: Mike Shanley (JazzTimes)

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