John Coltrane frequente e arbitrariamente escolhia o título
de suas canções. É provável que as quatro faixas inéditas em “Interstellar
Space” não significam evocar Marte, Júpiter, Venus e Saturno. Todavia, Matt
Lavelle inspirou-se em Coltrane e decidiu homenagear os planetas —incluindo o pobre
e degradado Plutão—em uma série de duetos, muitos como Coltrane fez com o
baterista Rashied Ali naquele álbum. Lavelle, que estudou com Ornette Coleman e
tocou com músicos de vanguarda de Nova York, toca trompete, flugelhorn e clarinete.
O baterista Reggie Sylvester, que tocou com Lavelle no Bern Nix Quartet, serve como parceiro.
Os humores variam amplamente, como os planetas. Lavelle inicia
“Mercury” com modelo de 12-compassos em um tempo com marcação singular, tocando
sobre um tempo livre. Sylvester evoca a rigidez de “Pluto” , limitando a si
mesmo para um solitário ataque em poucas batidas. O clarinete de Lavelle tocando
encantadoramente nesta faixa, mas o ritmo primal enfraquecendo. O mesmo vale
para o uso ocasional da cuíca de Lavelle, usado onde Coltrane usou sinos, mas
soa como lamentos de um cachorro velho. Melhor é “The Sun”, para a qual Sylvester
salienta primariamente o ribombar dos pratos, criando energia para subordinar
Lavelle.
Duplicando nas palhetas, o que é um desafio para um
instrumentista de metais, mas encontra Lavelle uma nova personalidade no clarinete,
que vem para completar a ebulição, quando ele treina com Sylvester durante
“Neptune”. No trompete, ele toca com foco e energia, trazendo de volta uma
locução blueseira no encerramento em “Earth”. Retroceder deve ser uma jornada
turbulenta, mas ultimamente é algo vantajoso.
Faixas
1 Uranus 8:40
2 Neptune 7:10
3 Pluto 7:47
4 Mercury 7:49
5 The Sun 8:41
6 Earth 7:08
Fonte: Mike Shanley (JazzTimes)
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