Aclamado autor e jornalista de música, Bill Dahl, que
escreveu as notas de dúzias de álbuns, em conjunto com o consultor de arte e
historiador Chris James reuniram-se para montar o livro The Art of the Blues: A Visual Treasury of Black Music’s Golden Age
de 224 páginas. O livro é ilustrado com 350 imagens que faz a crônica da
História do blues via fotografias, partituras e capas de álbuns, selos de 78
r.p.m., propagandas, canhotos de ticket, cartazes de concertos e de cinema. Um
pouco destas imagens são famosas tais como o retrato icônico de Bessie Smith
com os braços estendidos (realizada pela fotógrafa residente em Nova York,
conhecida como Elcha) ou a capa do LP de Muddy
Waters At Newport de 1960—mas muitos outros documentos efêmeros. O livro
providencia uma fascinante documentação visual da indústria tanto quanto como
uma idéia da cultura norte-americana. Por exemplo, a capa com a partitura de
1936 para “Saddle Your Blues To A Wild Mustang” (letras de George Whiting e
Buddy Bernier, música de Billy Haid) apresenta uma ilustração de um cowboy
usando esporas, sentado em uma cerca e tocando violão enquanto olha para um
próximo cavalo bravio. O desenho da capa também mostra uma brecha retangular
para uma foto de um músico, que gravou “Saddle Your Blues”. A versão da
partitura do líder de banda e pianista Claude Hopkins desta música está exposta
no livro de Dahl — que atua no Savoy
e Roseland Ballrooms— mas sobre
outras versões incluiu uma foto de um músico branco (eu fiz uma rápida pesquisa
no Google e encontrei versões que apresentam fotos de Henry Hall ou Phil Levant
na capa). Tesouros visuais abundam aqui:
É um deleite ver as partituras de “Spinnin’ The Web”, composta pelo baterista
Chick Web para a vocalista da banda, Ella Fitzgerald, que são retratadas em
fotos pintadas de azul. Em outro local, há propagandas de jornais de 1929 para
a gravação de Louis Armstrong, “Tight LikeThis”, ilustrada com uma foto de
Satchmo em um traje elegante, com o texto saudando-o como “o maior trompetista
do país”. É difícil, rapidamente, se arremessar através do belo livro porque há
muitas imagens convincentes que merece
um olhar mais próximo, é um retrato público de uma jovem Etta James (tomado por
um fotógrafo de Hollywood, John E. Reed) ou o selo de 78 r.p.m. de “Adam Bit
The Apple”, gravado por Big Joe Turner pela Freedom Recording Co. de Houston,
que usou a Estátua da Liberdade como parte dos seus gráficos.
Fonte: BOBBY REED (DownBeat)
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