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segunda-feira, 10 de junho de 2019

CHRIS SPEED TRIO – PLATINUM ON TAP (Intakt)


Há um pequeno e especializado nicho do jazz, que tem sido intrigante. Acontece quando instrumentistas de fora (frequentemente saxofonistas e, frequentemente, quando amadurecem) decidem vir da seriedade e adotar uma abordagem mais tradicional. David Murray, Archie Shepp, Pharoah Sanders e, mais recentemente, Jon Irabagon são poucos exemplos. Chris Speed esteve ativo mais para o meio da cena desde o início dos anos 1990, em bandas formidáveis como Human Feel e Bloodcount de Tim Berne. Com “Platinum on Tap”, ele está incomumente suave, melódico e paciente. A faixa de abertura, “Red Hook Nights”, é uma inédita (como todas à exceção de duas), porém poderia ser um standard. Soa como “In a Sentimental Mood”. A entonação de Speed é suave. Ele interpreta a canção lentamente. Você ouve sua respiração hesitante na palheta do seu saxofone tenor. Ainda dentro da quietude há certo suspense, uma tensão, e isto torna este nicho especializado do jazz é interessante. Quando estes artistas se comportam como eles mesmos, você mantém-se esperando eles fracassarem.

Speed nunca o faz completamente, embora seja mais ousado, em faixas mais intensas. Em “Arrival High”, “Crossface Cradle” e “Crooked Teeth” suas ideias derivam de uma livre associação, em fluxo contínuo, sequência contínua autoprolongada. Se ele quis vir de todos os caminhos interiores, Speed não teria usado a mais rigorosa, aberta, e sem fio de formatos, trio de saxofone (Dave King, um baterista excepcionalmente carismático, funciona como um solista associado ao longo deste álbum). Assim, ele não teria escolhido tocar uma peça de Albert Ayler, “Spirits”, uma fanfarra áspera e dissonante.

Ele, ainda, interpreta “Stardust”. Ele inicia no meio desta melodia famosamente idiossincrática, a valida, e então cuidadosamente persegue suas distantes implicações. Sua versão subestimada, medida e fragmentada poderia só vir de alguém fora do olhar. Toma ânimo para reescrever “Stardust”.

Faixas: Red Hook Nights; Arrival High; Buffalo 15; Crossface Cradle; Pretty Much; Crooked Teeth; Platinum on Tap; Stardust; Torking; Spirits.

Músicos: Chris Speed: saxofone; Chris Tordini: baixo; Dave King: bateria

Fonte: Thomas Conrad (JazzTimes)

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