
A entonação da liderança em “In Real Time” é aquecida e suas
improvisações bordejam com fluidez, agilidade rítmica, enquanto retêm um senso
de convicção melódica e invenção harmônica. Dentro de tudo isto, estabelece uma
maturidade, que vem através do bem estabelecido passo, solando, e o fraseado
incerto. Ele sabe como compor delicioso material, também. O ponto focal
estilístico é majoritariamente o moderno post-bop
com sutis ritmos latinos na espreita. Em peças agitadas, como o intricado
“Triplicity” ou na vivaz “Stepping Up”, Bailey e sua banda esculpem uma firmeza
prazerosa reminiscente dos clássicos LPs
de Clifford Brown. O baterista Victor Lewis e o baixista Cameron Brown mantêm Bailey
e seu parceiro de linha de frente, o firme e suingante saxofonista Stacy
Dillard, ainda confortavelmente, enquanto o guitarrista John Hart providencia econômico
estofo e adicional porção rítmica.
O momento mais brilhante de Bailey em “In Real Time” ocorre
na balada encantadora “Lovely Planet”. Brown inicia a peça com um solo de baixo
medidativo, que abre caminho para a reflexiva melodia de Bailey, que cresce
emocionalmente persuasiva, uma vez mais Dillard e Hart desliza sob variações de
acompanhamento da melodia. Isto só excita a performance —e lá há muito mais—
que oferece ampla prova de que Bailey tem mesmo momentos mais brilhantes para
vir.
Faixas: Rhapsody; My Man Louis!; Triplicity; Lovely Planet;
Blues For Ella; Morro Velho; Stepping Up; Children’s Waltz; Ensaio Geral.
(54:21)
Músicos: John Bailey, trompete, flugelhorn (8); Stacy
Dillard, saxofones tenor e soprano; John Hart, guitarra; Cameron Brown, baixo;
Victor Lewis, bateria; Janet Axelrod, flauta (6); Leo Grinhauz, cello (6).
Fonte: John Murph (DownBeat)
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