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segunda-feira, 8 de julho de 2019

AZAR LAWRENCE – ELEMENTALS (HighNote Records)


Azar Lawrence é justamente encarado como um discípulo de John Coltrane. Além de tudo, ele é um versátil tradicionalista postbop que pode tocar com uma entonação rude ou rica ou incandescente nos saxofones soprano e tenor, e ele despertou a natureza espiritual da música africana e indiana. Ele foi também um membro de bandas lideradas por dois dos mais proeminentes herdeiros de Coltrane McCoy Tyner e Elvin Jones (sem deixar de mencionar seu trabalho com a edição Dark Magus da banda de Miles Davis).

Porém, “Elementals” demonstra que, aos 65 anos, Lawrence esculpiu a benevolência orientada por Coltrane dentro do mosaico de sua própria maturidade artística. Na faixa título, por exemplo, os solos metálicos do seu tenor ouvido através de Dexter Gordon mais do que Trane, mas eles permanecem inimitavelmente Azar Lawrence na forma que ele se diverte através de frases como um ligeiro vagão de trem. Suas tórridas modulações no soprano em “Sing to the World” (do pianista da banda, Benito Gonzalez) encantadoramente impulsionam os contornos de uma canção com uma melodia sólida de rock. Há também uma bossa nova (“La Bossa”), um samba (“Koko”) e uma polirrítmica “African Chant”, todos tomados nos passos acelerados que é a métrica preferida de Lawrence. O wah-wah, dentro da batida funk de “Solar Winds” é um aceno ao seu trabalho com Miles e das suas raízes no R&B (mais proeminentemente Earth Wind & Fire e Deniece Williams). O breve encerramento, a impregnada de toques orientais “Karma Sutra”, com Joe Blocker no tambura, ironicamente ressuscita as memórias de Trane mais do que qualquer canção.

Ele foi o saxofonista escolhido por Tyner no início dos anos 70, Lawrence tem sido um instrumentista de substância musical e conceitual. Seu retorno com um seguro lançamento de jazz na década passada tem sido uma benção, duplicado aqui pelo recrutamento do baterista Marvin “Smitty” Smith distante do seu confortável campo de palcos de talk-show. Com Lawrence e Smith atiçando o fogo passo-a-passo como acordes lançados por Gonzalez como um real McCoy, ninguém imaginaria que uma única balada entre dez faixas, é também o único standard—uma reinterpretação de “It’s Easy to Remember” de Rodgers & Hart.

Faixas: La Bossa; Eye Of The Needle; Elementals; Brazilian Girls; Solar Winds; Koko; African Chant; Sing To The World; It’s Easy To Remember; Karma Sutra.

Músicos: Azar Lawrence: saxofones soprano e tenor; Benito Gonzales: teclados; Jeff Littleton: baixo; Marvin “Smitty” Smith: bateria; Munyungo Jackson: percussão; Oren Waters: vocal (faixa 7); John Barnes: teclados (faixa 1); Greg Poreel: guitarra (faixas 5, 6); Mayuto Correa: tambor (faixa 1).

Para conhecer um pouco deste trabalho, assistam ao vídeo abaixo:


Fonte: Britt Robson (JazzTimes)


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