
A abertura, “Golliwog’s Cakewalk”, estabelece a entonação.
Chestnut dança através de miríades de espíritos—com tintura e folia pop (em um
ponto em que quase soa pronto para invadir “The Surrey with the Fringe on
Top”), romantismo luxuoso, uma ilusória, mas evidente senso de melancolia, que
utiliza percussivo bloco de acordes, arremessa um soul-jazz de igreja e bop
tingido com angularidade, tudo que ele incorpora dentro de uma completa voz
personalizada.
De fato, lançando uma rede tão ampla quanto possível, embora
evitando o diletantismo, parece ser uma das missões fundamentais de Chestnut, incluindo
suas reimaginações de trabalhos de Mozart dentre outros. Soa como se estes
homens fossem compositores de jazz natos; as canções suingam com brio não
forçado, e Chestnut explora seus envolvimentos melódicos e harmônicos tão
facilmente quanto se fosse uma improvisação de uma obra forjada. Ele tempera “Darn
That Dream” com uma viagem endiabrada em “Pop Goes the Weasel”, recusando, como
sempre, se manter agrilhoado a qualquer polaridade emocional ou estilística. Sua
tomada de Deep Purple, quase
miraculosamente destituída de ironia, reformula a notória frase repetida na
abertura da canção como uma chamada em som estridente, uma intimação para se
juntar à pesquisa —uma busca na qual Chestnut também embarca, transformando uma
das mais contagiantes músicas que ficam no ouvido dentro de uma emocionante
plataforma de lançamento para a improvisação.
Faixas
1 Golliwog's Cakewalk 5:06
2 Darn That Dream 5:09
3 Gymnopédie No. 1 6:19
4 Entre cloches 5:48
5 Jimbo's Lullaby 5:30
6 Father Time 5:33
7 Lord I Want to Be a Christian 4:31
8 Son binocle 4:09
9 Smoke on the Water 4:38
10 Gnossienne No. 1 7:00
11 Gymnopédie No. 3 4:11
12 Turkish Rondo3:41
13 Prayer for Claudine 5:12
Músicos: Cyrus Chestnut (piano); Eric Wheeler (Baixo): Chris
Beck (Bateria)
Para conhecer um pouco deste trabalho, assistam ao vídeo
abaixo:
Fonte: DAVID WHITEIS (JazzTimes)
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