Esperando delicadamente umas reflexivas nuances pasteis de
gravações do seu trio de piano pela ECM
Records, seus golpes foram agradavelmente liberados do avançado New Trio de Peter Erskine. “In Praise of
Shadows” inicia com uma suave dissimulação, uma interpretação com toque de reggae
em "Sukiyaki", uma canção folclórica japonesa que veio a ser uma
novidade surpreendentemente bem-sucedida através de Kyu Sakamoto em 1963. Uma
versão de Erskine, apresentando o convidado Judd Miller no assobio eletrônico, alusões
do mais profundo significado da canção, cujo título —literalmente interpretado —significa
"I Look Up As I Walk – Eu levanto os olhos quando eu caminho, em tradução
livre". Sem mencionar os maravilhosos reforços em qualquer lugar. A canção
foi originalmente escrita como protesto para continuada presença do exército
dos Estados Unidos no Japão. O som do EVI de Miller refere-se à letra original
da canção, no qual o protagonista está sibilando uma entonação para se manter a
partir do choro. E assim vai com o resto de “In Praise of Shadows”, um álbum
repleto de sutilezas e múltiplos assentamentos de significados.
Interessante também é o lançamento simultâneo do álbum ao
lado do último trabalho de Erskine com sua unidade de fusion cooperativa de jazz-funk, o Dr. Um Band. Em “Praise of Shadows” providencia um interessante
trabalho de paralelos e contrastes para seu lançamento irmão. A música nos
álbuns são um tipo de jazz fusion do
século XXI: firme, mas solto, repleto de sabores sutis de "world-music", complexo ainda que
apertado, executado em nível virtuoso, olhando para trás afetuosamente tão
frequentemente quanto suas alusões com o futuro musical, balanceando momentos mortais
de sinceridade com peculiar destreza.
Embora a maioria do material inédito tenha sido composto
pelo pianista Vardan Ovsepian, este é claramente um espetáculo de Erskine. Neste
tempo e idade "o baterista monstro" a abordagem de Erskine soa
inovadora e altamente pessoal. Não é sobre o número de notas que Erskine toca,
ou a loucura dos seus polirritmos. Embora ele seja o consumado "cara
proficiente", a ênfase de Erskine está claramente no profundo balanço da
banda Marianas Trench e o potencial
para expressar através de múltiplas camadas e sutilezas da música. A louca
construção acolchoada de canções como "Labyrinth" e "What
If" é temperada por frutos da pesquisa do percussionista por novos sons
percussivos e interessantes modos para incorporá-los na música. De qualquer
maneira, tudo vem a partir de uma incrível capacidade artística e espírito
desarmado.
No baixo elétrico está o sobrinho do baterista, Damian
Erskine. Como o seu Uncle Pete (NT :
Tio Pete), Damian é um rapaz muito capacitado cuja prodigiosa proficiência
nunca subjuga seu desejo de fazer a música soar grande. Dado o incrível suporte
da Família Erskine, Ovsepian realmente chama a lamentação através de “In Praise
of Shadows”. Ele tem um ágil e rápido pensamento do estilo europeu do
instrumentista (isto é, obviamente classicamente treinado, raramente refere-se
ao Gospel fonte que brota do seu solo
em "Distant Blue") com um toque muito preciso que está aparente mesmo
quando ele passa para o teclado eletrônico. No teclado acústico, ele soa um
pouco como Myra Melford.
O estilo composicional de Ovsepian é similarmente ativo e
desembaraçado. Embora não haja evidência da autoria da canção em qualquer lugar
na embalagem do álbum (a pouco estimada website
de Erskine, até o ponto que interessa), alguém deve concluir que o pianista
compôs a maioria das peças aqui. As minhas favoritas são "What If" e
"Labyrinth", as mais agitadas e hiperativas. Além de ser super
fascinantes, servem a um propósito auxiliar como vitrine para a percussão. Meditando
com os humores à la ECM, carrega o tempo em várias faixas, particularmente em "All
That Remains". Entretanto, o flexível baixo elétrico de Damian Erskine concede
uma particular espécie de pegada de procedimentos, que mantém a música a partir
de bastante ganhos impressionistas. A música também traz um auxílio extra de Uncle Pete no uso do reforço da bateria
básica nas faixas com shakers, escovinhas
e sutis manobras percussivas. A única composição de Erskine, "Each
Breath", é uma espécie de bicho de orelha com um sentimento tropical, que
se beneficia de um matizado do cellista Artyom Manukyan.
Se há algo que o que Uncle
Pete desfruta, é uma canção excêntrica oculta, e eu estou conjeturando
sobre três delas em “In Praise of Shadows”. Ao lado do anteriormente mencionado
"Sukiyaki", "Smile" estabelece e excepcionalmente singular
tratamento com o passeio na corda bamba do cello e o som estridente das marimbas
enquadrando uma tessitura líder em um solo acrobático de Varsepian. Uma suave, uma
balada algo resignada com harmonias verdadeiramente melancólicas movendo-se em
torno de "Marcheta" soa curiosamente não mexicana. O breve solo de Uncle Pete nas vassourinhas providencia
um perfeito aguilhoador no encerramento da canção.
Este é o único trio de piano que sem esforço estabelece uma
marcação sonora por mérito de várias personalidades musicais fortes envolvidas.
Faixas: Sukiyaki; What If; Each Breath; Labryinth; Marcheta
('A Love Song of Old Mexico'); Silhouette Shadows; Begin Within; Distant Blue;
Smile; All That Remains.
Músicos: Peter Erskine: bateria, marimba, percussão; Vardan
Ovsepian: piano, teclados; Damian Erskine: baixo elétrico; Judd Miller: EVI
(1); Artyom Manukyan: cello (3, 9).
Fonte: Dave Wayne (AllAboutJazz)
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