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domingo, 4 de agosto de 2019

PETER ERSKINE NEW TRIO – IN PRAISE OF SHADOWS (Fuzzy Music)


Esperando delicadamente umas reflexivas nuances pasteis de gravações do seu trio de piano pela ECM Records, seus golpes foram agradavelmente liberados do avançado New Trio de Peter Erskine. “In Praise of Shadows” inicia com uma suave dissimulação, uma interpretação com toque de reggae em "Sukiyaki", uma canção folclórica japonesa que veio a ser uma novidade surpreendentemente bem-sucedida através de Kyu Sakamoto em 1963. Uma versão de Erskine, apresentando o convidado Judd Miller no assobio eletrônico, alusões do mais profundo significado da canção, cujo título —literalmente interpretado —significa "I Look Up As I Walk – Eu levanto os olhos quando eu caminho, em tradução livre". Sem mencionar os maravilhosos reforços em qualquer lugar. A canção foi originalmente escrita como protesto para continuada presença do exército dos Estados Unidos no Japão. O som do EVI de Miller refere-se à letra original da canção, no qual o protagonista está sibilando uma entonação para se manter a partir do choro. E assim vai com o resto de “In Praise of Shadows”, um álbum repleto de sutilezas e múltiplos assentamentos de significados.

Interessante também é o lançamento simultâneo do álbum ao lado do último trabalho de Erskine com sua unidade de fusion cooperativa de jazz-funk, o Dr. Um Band. Em “Praise of Shadows” providencia um interessante trabalho de paralelos e contrastes para seu lançamento irmão. A música nos álbuns são um tipo de jazz fusion do século XXI: firme, mas solto, repleto de sabores sutis de "world-music", complexo ainda que apertado, executado em nível virtuoso, olhando para trás afetuosamente tão frequentemente quanto suas alusões com o futuro musical, balanceando momentos mortais de sinceridade com peculiar destreza.   

Embora a maioria do material inédito tenha sido composto pelo pianista Vardan Ovsepian, este é claramente um espetáculo de Erskine. Neste tempo e idade "o baterista monstro" a abordagem de Erskine soa inovadora e altamente pessoal. Não é sobre o número de notas que Erskine toca, ou a loucura dos seus polirritmos. Embora ele seja o consumado "cara proficiente", a ênfase de Erskine está claramente no profundo balanço da banda Marianas Trench e o potencial para expressar através de múltiplas camadas e sutilezas da música. A louca construção acolchoada de canções como "Labyrinth" e "What If" é temperada por frutos da pesquisa do percussionista por novos sons percussivos e interessantes modos para incorporá-los na música. De qualquer maneira, tudo vem a partir de uma incrível capacidade artística e espírito desarmado.

No baixo elétrico está o sobrinho do baterista, Damian Erskine. Como o seu Uncle Pete (NT : Tio Pete), Damian é um rapaz muito capacitado cuja prodigiosa proficiência nunca subjuga seu desejo de fazer a música soar grande. Dado o incrível suporte da Família Erskine, Ovsepian realmente chama a lamentação através de “In Praise of Shadows”. Ele tem um ágil e rápido pensamento do estilo europeu do instrumentista (isto é, obviamente classicamente treinado, raramente refere-se ao Gospel fonte que brota do seu solo em "Distant Blue") com um toque muito preciso que está aparente mesmo quando ele passa para o teclado eletrônico. No teclado acústico, ele soa um pouco como Myra Melford.

O estilo composicional de Ovsepian é similarmente ativo e desembaraçado. Embora não haja evidência da autoria da canção em qualquer lugar na embalagem do álbum (a pouco estimada website de Erskine, até o ponto que interessa), alguém deve concluir que o pianista compôs a maioria das peças aqui. As minhas favoritas são "What If" e "Labyrinth", as mais agitadas e hiperativas. Além de ser super fascinantes, servem a um propósito auxiliar como vitrine para a percussão. Meditando com os humores à la ECM, carrega o tempo em várias faixas, particularmente em "All That Remains". Entretanto, o flexível baixo elétrico de Damian Erskine concede uma particular espécie de pegada de procedimentos, que mantém a música a partir de bastante ganhos impressionistas. A música também traz um auxílio extra de Uncle Pete no uso do reforço da bateria básica nas faixas com shakers, escovinhas e sutis manobras percussivas. A única composição de Erskine, "Each Breath", é uma espécie de bicho de orelha com um sentimento tropical, que se beneficia de um matizado do cellista Artyom Manukyan.

Se há algo que o que Uncle Pete desfruta, é uma canção excêntrica oculta, e eu estou conjeturando sobre três delas em “In Praise of Shadows”. Ao lado do anteriormente mencionado "Sukiyaki", "Smile" estabelece e excepcionalmente singular tratamento com o passeio na corda bamba do cello e o som estridente das marimbas enquadrando uma tessitura líder em um solo acrobático de Varsepian. Uma suave, uma balada algo resignada com harmonias verdadeiramente melancólicas movendo-se em torno de "Marcheta" soa curiosamente não mexicana. O breve solo de Uncle Pete nas vassourinhas providencia um perfeito aguilhoador no encerramento da canção.
Este é o único trio de piano que sem esforço estabelece uma marcação sonora por mérito de várias personalidades musicais fortes envolvidas.

Faixas: Sukiyaki; What If; Each Breath; Labryinth; Marcheta ('A Love Song of Old Mexico'); Silhouette Shadows; Begin Within; Distant Blue; Smile; All That Remains.

Músicos: Peter Erskine: bateria, marimba, percussão; Vardan Ovsepian: piano, teclados; Damian Erskine: baixo elétrico; Judd Miller: EVI (1); Artyom Manukyan: cello (3, 9).

Fonte: Dave Wayne (AllAboutJazz)

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