
Isto nos traz à saxofonista de Toronto, Allison Au e seu
maravilhoso terceiro álbum com o seu quarteto, “Wander Wonder”. Como muitas da
sua geração (ela tem 30 anos), Au é mais uma compositora que uma improvisadora,
e seu estilo composicional tende ao balanço, repetindo ideias melódicas— linha
do baixo, figuras de acordes— contra complexas progressões de acordes, providenciando
a intensidade rítmica de uma martelada frase rítmica sem encerrar o solista
dentro de um limitado vocabulário harmônico.
Au está particularmente apaixonada, frases epigrafadas em
seus solos, um traço que conquistou mais que poucas comparações a Wayne
Shorter. Porém, sua estratégia mais audaz é o meio pelo qual ela usa dinâmicas
para modelar uma linha, como em “Force Majeure”, onde seu alto quase murmura ao
lado do dedilhado, que ela espalha em torno de suas maiores frases. Fabio
Ragnelli frequentemente faz algo similar na bateria, oferecendo redemoinhos de
contrarritmos, embora deixando a pulsação básica para uma frase musical
repetida pelo baixista Jon Maharaj e pelo tecladista Todd Pentney.
Sim, há momentos em “The Valley” e “Red Herring” que
relembram o Weather Report inicial, mas há também “The Lie that Saves Us All”, que
suinga tão firme quanto qualquer faixa de Phil Woods. E isto é a melhor coisa
sobre “Wander Wonder”—não apenas faz esta banda interpretar um pouco deste
fundamento, mas eles interpretam bem.
Faixas: The Valley; Future Self; The Rest Is Up To You;
Looking Up; Morning ; The Lie That Saves Us All ; Red Herring ; Grounds; Force
Majeure; A Trick Of The Moonlight.
Músicos: Allison Au: saxofone; Todd Pentney: piano, Prophet Rev2; Jon Maharaj: baixos
elétrico e acústico; Fabio Ragnelli: bateria.
Fonte: J.D. CONSIDINE (JazzTimes)
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