Desde que chegou a Nova York da sua nativa Santiago, Chile, em
2009, Camila Meza emergiu gradualmente como uma artista singular com ilimitada
ambição criativa. Como uma cantora, ela foi um membro chave da banda
pan-americana de Ryan Keberlei, Catharsis,
enquanto o pianista cubano Fabian Almazán utilizou sua geminada habilidade entre
guitarra e vocal como o fulcro entre o quarteto de cordas e a seção rítmica em
seu explosivo álbum de 2014, “Rhizome” e o de 2017, o magistral “Alcanza”. De
muitas formas sua estreia em um grande selo, “Ámbar”, Meza constrói estas
experiências.
Um projeto surpreendentemente elaborado em próxima
colaboração com o baixista israelense Noam Wiesenberg, que compôs os arranjos, “Ámbar”
apresenta ritmicamente Meza, que torna flexível a seção do quarteto de cordas e
a seção rítmica da Nectar Orchestra. A
partir da primeira faixa, “Kallfu”, uma das seis inéditas do álbum, ela lança
um elenco com um amálgama preso à América Latina, jazz e influências pop. Se ela
ganha toques de Björk em sua canção “Awaken” ou lembrando Pat Metheny , “This
Is Not America” de David Bowie soa como uma angustiada resposta a novidades
noturnas, cada peça recalibra a particular mistura de elementos. Como uma
compositora ela compõe canções, como a afluente faixa título, modulada em torno
de seu vigor vocal.
Cantando em uníssono com sua guitarra, Meza extrai um sublime
elemento de tristeza de “Waltz # 1” de Elliott Smith. Ela é igualmente efetiva
em localizar o âmago emocional de standards
do repertório brasileiro, colocando sua marca em “Olha Maria”, uma colaboração
de Chico Buarque notável com Antônio Carlos Jobim e Vinicius de Moraes. O arranjo
para “Milagre dos Peixes” captura a inquieta energia da gravação original de Milton
Nascimento. Ela encerra o álbum com o standard
de Tomás Méndez, “Cucurrucucu Paloma”, sussurrando um arranjo que tem dívida
com a interpretação de Caetano Veloso quanto a de Lola Beltrán. Embora algumas
das ideias da Nectar Orchestra traga
à mente a Chamber Music Society de Esperanza
Spalding, é um híbrido que toca o singular vigor de Meza.
Faixas: Kallfu; Waltz #1; Awaken; This Is Not America; Ohla
Maria; Atardecer; All Your Colors; Milagre dos Peixes; Interlude; Ámbar; Fall;
Cucurrucucu Paloma.
Músicos: Camila Meza: vocal, guitarra; The Nectar Orchestra
- Noam Weisenberg: baixo; Eden Ladin: piano/teclados; Keita Ogawa:
bateria/percussão; Tomoko Omurao, Fung Chern Hwei: violino; Benjamin von
Gutzeist: viola; Brian Sanders: cello.
Fonte: ANDREW GILBERT (JazzTimes)
Nenhum comentário:
Postar um comentário