
Um projeto surpreendentemente elaborado em próxima
colaboração com o baixista israelense Noam Wiesenberg, que compôs os arranjos, “Ámbar”
apresenta ritmicamente Meza, que torna flexível a seção do quarteto de cordas e
a seção rítmica da Nectar Orchestra. A
partir da primeira faixa, “Kallfu”, uma das seis inéditas do álbum, ela lança
um elenco com um amálgama preso à América Latina, jazz e influências pop. Se ela
ganha toques de Björk em sua canção “Awaken” ou lembrando Pat Metheny , “This
Is Not America” de David Bowie soa como uma angustiada resposta a novidades
noturnas, cada peça recalibra a particular mistura de elementos. Como uma
compositora ela compõe canções, como a afluente faixa título, modulada em torno
de seu vigor vocal.
Cantando em uníssono com sua guitarra, Meza extrai um sublime
elemento de tristeza de “Waltz # 1” de Elliott Smith. Ela é igualmente efetiva
em localizar o âmago emocional de standards
do repertório brasileiro, colocando sua marca em “Olha Maria”, uma colaboração
de Chico Buarque notável com Antônio Carlos Jobim e Vinicius de Moraes. O arranjo
para “Milagre dos Peixes” captura a inquieta energia da gravação original de Milton
Nascimento. Ela encerra o álbum com o standard
de Tomás Méndez, “Cucurrucucu Paloma”, sussurrando um arranjo que tem dívida
com a interpretação de Caetano Veloso quanto a de Lola Beltrán. Embora algumas
das ideias da Nectar Orchestra traga
à mente a Chamber Music Society de Esperanza
Spalding, é um híbrido que toca o singular vigor de Meza.
Faixas: Kallfu; Waltz #1; Awaken; This Is Not America; Ohla
Maria; Atardecer; All Your Colors; Milagre dos Peixes; Interlude; Ámbar; Fall;
Cucurrucucu Paloma.
Músicos: Camila Meza: vocal, guitarra; The Nectar Orchestra
- Noam Weisenberg: baixo; Eden Ladin: piano/teclados; Keita Ogawa:
bateria/percussão; Tomoko Omurao, Fung Chern Hwei: violino; Benjamin von
Gutzeist: viola; Brian Sanders: cello.
Fonte: ANDREW GILBERT (JazzTimes)
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