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domingo, 27 de outubro de 2019

KENNY BARRON – CONCENTRIC CIRCLES (Blue Note Records)


Difícil de acreditar, como Kenny Barron aos 75 anos, estreia na Blue Note com o álbum “Concentric Circles”, alguém que é vigoroso, veloz e divertido para uma estreia e para qualquer um que tenha dois terços de sua idade.

O quinteto, profundamente versado do confiante Barron, suinga como uma orquestra positiva, e "DPW" dá um salto com saltitante personalidade bop, os deslumbrantes instrumentos de sopro imediatamente anunciam uma pista de dança aberta, e uma dinâmica rítmica afro-latina que não é impossível de se mover. Sempre um instrumentista apaixonado e um compositor com um firme e extenso talento de Barron—como Duke ou Mingus—ele é devotado à expressão de cada instrumentista dentro da totalidade. O disco com 11 canções inicia com quatro composições de Barron que amplia o completo espectro. A valseada faixa título desdobra-se em si mesma graciosamente, com o vigoroso baixista Kiyoshi Kitagawa e o baterista Jonathan Blake segurando o centro. Barron lidera o trompetista Mike Rodriquez e o saxofonista Danya Stephens dentro de solos mercuriais e deliciosos voos em duetos. Do mesmo modo, "Blue Waters", a faixa em 6/8 lidera as listas de sucesso da Jazz Now! da Blue Note, da Apple Music e do Spotify.

A melancólica e blueseira, "A Short Journey" cativa desde o início, com o delicado trabalho de pratos de Blake e o tranquilo Barron, a expectativa funciona estabelecendo uma atmosfera por parte de Stephens e Rodriquez, igualmente triunfantes e com solos reflexivos. Já enlevados pelo desembaraço da música brasileira, a tomada do quinteto para "Aquele frevo axé" de Caetano Veloso serve para alegrar o humor a partir da reflexão da faixa anterior. A próxima inédita de Barron, a desembaraçada "Von Hangman", nesta interpretação muito fundamentada sob cinco minutos está outro testamento do estilo composicional de Barron. Estonteantemente, o quinteto movimenta-se da dançante "Von Hangman" à balada tipo blue de meia-noite de "In The Dark", certamente algo das obras-primas modernas do líder. A exuberante "L's Bop" de Lenny White, um tratamento jovial e iluminado, como faz o testemunho contínuo de Barron para alguns dos seus alicerces, Thelonious Monk, indo do solo suntuoso na já brilhante "Reflections" de Monk.

Oh, se todos estreassem com este nível de amor, capacidade artística e sinceridade, imagine a música que nos deliciaria.

Faixas: DPW; Concentric Circles; Blue Waters; A Short Journey; Aquele frevo axé; Von Hangman; In the Dark; Baile; L’s Bop; I’m Just Sayin’; Reflections.
Musicos: Kenny Barron: Piano; Dayna Stephens: Saxofone; Mike Rodriguez: Trompete; Kiyoshi Kitagawa: Baixo; Johnathan Blake: Bateria.

Para conhecer um pouco deste trabalho, assistam ao vídeo abaixo:


Fonte: Mike Jurkovic (AllAboutJazz)

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