Alguém tem que manter a chama, certo? No jazz, uma forma de
arte que só recentemente passou da marca de um século, parece que a
responsabilidade diminuiu de importância. Não é que esta escola de música não
esteja retirando graduados versados no tradicional repertório, e que os
instrumentistas pós-moderno não estejam constantemente impulsionando um
agrupamento de possibilidades. É apenas isto que nós mais necessitamos, músicos
como Michael Dease que, para citar Art Blakey, toca o jazz que “ fez a poeira de
cada dia da vida". Com “Reaching Out”, seu quinto disco para a Posi-Tone Records (um selo cuja missão é
lançar-se de forma acelerada nesta chama) ele redobra o prazer de fazer música.
Ele aparece sempre com análogos souls, que partilham sua visão, como exibidos em gravações
anteriores como os veteranos Renee Rosnes, Lewis Nash, Steve Wilson, Christian
McBride e Rodney Whitaker. Aqui ele recruta dois gigantes do saxofone, Ralph
Bowen e Walt Weiskopf, para interagir com alguns jovens talentos—
instrumentistas que tenham a confecção de crentes na verdade.
O que é significante é que Dease prioriza a felicidade em
seu jazz. Tome a abertura, "Something In Common" de Cedar Walton ou "Blackfoot"
de Steve Turre. Ambas são peças que estão transbordando com um suingue prazeroso.
A composição posterior, modelada a partir de "Cherokee", é apresentada
como hipersensível apregoação por Bowen e Dease, perseguindo um tempo
sobrecarregado do baterista Zach Adleman. Há um retorno a um fator suingante
nesta música. A composição de Dease, "The Chameleon Eye", arrebata as
memórias funkeadas de Lee Morgan e injeta intensivas linhas rítmicas à la Herbie
Hancock. A composição apresenta o jovem e talentoso vibrafonista Behn Gillece (investiga
seu “Walk Of Fire (2017) ”).
O que faz Dease salientar-se é seu amor pela melodia e
habilidade para elaborar arranjos para acentuá-la. Exemplos perfeitos são as
três músicas reinterpretadas, "Water Runs Dry" de Babyface,
"Live And Let Die" de Paul e Linda McCartney e a da banda metal Extreme de 1990, "More Than
Words". À faixa de McCartney para o filme de James Bond do mesmo nome é
concedida todos os efeitos dramáticos do original, dos princípios mais suaves
para interlúdios dramáticos, emocionantes e suingantes. Todas as
reinterpretações aqui poderiam, com menos arranjos, vir a ser bem sentimental. Porém
como os mestres, na tomada de "My Favorite Things" de Coltrane ou "Surrey
With the Fringe On Top" de Miles , os campeões das músicas familiares de Dease,
faz outra vez.
Faixas: Something In Common; Live And Let Die; Tipping
Point; More Than Words; Double Luminosity; The Takeover; Ballade; The Chameleon
Eye; Blackfoot; Water Runs Dry.
Músicos: Michael Dease: trombone; Ralph Bowen: saxofone
tenor; Walt Weiskopf; saxofone tenor e alto; Behn Gillece: vibrafone; Luther
Allison: piano; Peter Brendler: baixo; Zach Adleman: bateria.
Fonte: Mark Corroto (AllAboutJazz)
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