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segunda-feira, 14 de outubro de 2019

MICHAEL DEASE – REACHING OUT (Posi-Tone Records)


Alguém tem que manter a chama, certo? No jazz, uma forma de arte que só recentemente passou da marca de um século, parece que a responsabilidade diminuiu de importância. Não é que esta escola de música não esteja retirando graduados versados no tradicional repertório, e que os instrumentistas pós-moderno não estejam constantemente impulsionando um agrupamento de possibilidades. É apenas isto que nós mais necessitamos, músicos como Michael Dease que, para citar Art Blakey, toca o jazz que “ fez a poeira de cada dia da vida". Com “Reaching Out”, seu quinto disco para a Posi-Tone Records (um selo cuja missão é lançar-se de forma acelerada nesta chama) ele redobra o prazer de fazer música.

Ele aparece sempre com análogos souls, que partilham sua visão, como exibidos em gravações anteriores como os veteranos Renee Rosnes, Lewis Nash, Steve Wilson, Christian McBride e Rodney Whitaker. Aqui ele recruta dois gigantes do saxofone, Ralph Bowen e Walt Weiskopf, para interagir com alguns jovens talentos— instrumentistas que tenham a confecção de crentes na verdade.
O que é significante é que Dease prioriza a felicidade em seu jazz. Tome a abertura, "Something In Common" de Cedar Walton ou "Blackfoot" de Steve Turre. Ambas são peças que estão transbordando com um suingue prazeroso. A composição posterior, modelada a partir de "Cherokee", é apresentada como hipersensível apregoação por Bowen e Dease, perseguindo um tempo sobrecarregado do baterista Zach Adleman. Há um retorno a um fator suingante nesta música. A composição de Dease, "The Chameleon Eye", arrebata as memórias funkeadas de Lee Morgan e injeta intensivas linhas rítmicas à la Herbie Hancock. A composição apresenta o jovem e talentoso vibrafonista Behn Gillece (investiga seu “Walk Of Fire (2017) ”).

O que faz Dease salientar-se é seu amor pela melodia e habilidade para elaborar arranjos para acentuá-la. Exemplos perfeitos são as três músicas reinterpretadas, "Water Runs Dry" de Babyface, "Live And Let Die" de Paul e Linda McCartney e a da banda metal Extreme de 1990, "More Than Words". À faixa de McCartney para o filme de James Bond do mesmo nome é concedida todos os efeitos dramáticos do original, dos princípios mais suaves para interlúdios dramáticos, emocionantes e suingantes. Todas as reinterpretações aqui poderiam, com menos arranjos, vir a ser bem sentimental. Porém como os mestres, na tomada de "My Favorite Things" de Coltrane ou "Surrey With the Fringe On Top" de Miles , os campeões das músicas familiares de Dease, faz outra vez.

Faixas: Something In Common; Live And Let Die; Tipping Point; More Than Words; Double Luminosity; The Takeover; Ballade; The Chameleon Eye; Blackfoot; Water Runs Dry.

Músicos: Michael Dease: trombone; Ralph Bowen: saxofone tenor; Walt Weiskopf; saxofone tenor e alto; Behn Gillece: vibrafone; Luther Allison: piano; Peter Brendler: baixo; Zach Adleman: bateria.

Fonte: Mark Corroto (AllAboutJazz)

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