
O trombonista Roswell Rudd habita seus mais nobres eixos
como nenhum outro. Ele reina sobre tempos muito vagarosos e distingue-se com
galopes médios, invocando mais uma perspiscácia seca e expressiva amplitude com
surdina pugente em "Can't We Be Friends" do que Charlie Chaplin. A vocalista
Fay Victor evidencia sofrimento, júbilo e lascívia com excepcional candura e
tepidez. O baixista Ken Filiano e o pianista Lafayette Harris encontram agradável
afinidade com os colegas de bastidores de harmonia fácil, homens incompletos para
as travessuras de formas livres na linha de frente.
O repertório de “Embrace” foi todo composto com composições
anteriores a 1958 (exceto uma retorcida cantiga do parceiro de Rudd, Verna
Gillis). Aos 82 anos, Rudd esteve interpretando estas composições por anos, e
sua afeição acumulada é tangível. Eles são ecléticos como Rudd, que encarna uma
rica confluência de culturas de jazz.
Não há arranjos refinados, em vez disto, material bruto de jams de bar através de sólidos
profissionais exsudando experiência corajosa e paixão vigorosa. Tomando seus
tempos suaves, a banda avança nas letras para empurrar emoções nuançadas.
"Pannonica" de Thelonious Monk – buscada da versão
de Carmen McRae com a letra de Jon Hendricks – é um choro distante do ágil dois
passos, que ele e Steve Lacy estabeleceram em “School Days (1961) ”. Roswell,
aqui, relembra sua carreira saborosa e explosiva, exibindo-nos, como um abraço
de urso, um passeio incrementado.
Faixas: Something To Live For; Goodbye Pork Pie Hat; Can't
We Be Friends?; I Hadn't Anyone Til You; Too Late Now; House Of The Rising Sun;
I Look In The Mirror; Pannonica. (65:11)
Músicos: Roswell Rudd, trombone; Fay Victor, vocal;
Lafayette Harris, piano; Ken Filiano, baixo.
Fonte: Fred Bouchard (DownBeat)
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